Eu sou uma ampla defensora das viagens solo e não falo por falar. Eu realmente amo viajar sozinha. Eu fiz uma volta ao mundo sozinha e faria outra. Acredito que esse tipo de viagem traz muitas coisas boas para o viajante, sendo a mais notável delas o autoconhecimento.
Mas esse foi um ano atípico, pois fiz muitas viagens acompanhada. E, infelizmente nem todas foram legais. Estava conversando com uma amiga semana passada e chegamos à conclusão que a companhia errada pode estragar a sua viagem. Aliás, essa minha amiga é uma grande companheira de viagens. Já fizemos várias viagens juntas e nem tudo foi perfeito, mas soubemos contornar a situação. Aliás, brigamos feio por causa de um GPS (uma história que seria cômica se não fosse trágica e ao que tudo indica, em breve, estará numa banca próxima a você).
Uma coisa que é um pouco difícil de aceitar é que nem sempre seu melhor amigo (a) será seu melhor companheiro (a) de viagens. O dia-a-dia é uma coisa, viagem é uma coisa totalmente diferente. Por isso, é essencial que antes da viagem vocês sentem e cheguem a um acordo em relação ao roteiro. Por exemplo, eu não suporto museus e igrejas. Sou do tipo que não entra mesmo, mas isso não impede que eu viaje com pessoas que gostem. Só que já deixo pré-avisado que essa parte do roteiro elas terão que fazer sozinhas. Se as pessoas toparem, beleza, viajamos juntas. Se elas não toparem, é melhor não viajarmos juntas e mantermos a amizade.
Só que nem tudo é perfeito. Acontece que às vezes a pessoa concordou 100% com o roteiro e quando chegou no destino resolveu dar uma adaptada. Pois é! Já aconteceu comigo e talvez já tenha acontecido com você. Nesses casos, o melhor a fazer é tentar chegar num consenso lá mesmo no destino.
Esses casos que estou dando normalmente são aqueles de viagens que você tem um roteiro já fechado, pois alugou carro ou já comprou outras passagens. Aliás, esse é o pior tipo de viagem para dar problema, porque mudança no roteiro envolve aumento dos gastos.
Por isso que sempre que possível evito alugar carro. É impressionante, mas ô coisinha para dar confusão. Começa com os motoristas de plantão que querem dirigir a todo custo. Eu sou uma pessoa bem relax quanto a isso, até porque odeio dirigir, mas confesso que fico indignada quando a pessoa que está dirigindo começa a cometer uma barbeiragens. E fico ainda mais possessa quando as barbeiragens viram multa. Por isso que é sempre bom deixar bem claro quais são as regras em relação a isso (em caso de multa, por exemplo) para depois não ficar discutindo com o amigo (a) por causa de dinheiro.
Mas pior que alugar carro é ir de carona. Tenho evitado com todas as minhas forças pegar carona, porque tenho cada história triste para contar que precisaria abrir uma nova série aqui no blog. Acontece que se você se desentende com o dono do carro você está ferrado. Recentemente aconteceu isso comigo e nem vou prolongar o assunto, mas nesses casos, acho que o melhor a fazer é pegar um ônibus e voltar para casa, até pelo bem da amizade e/ou relacionamento.
Bom, até agora só citei os problemas com os amigos. E o amigo do amigo, o tal conhecido que você nunca viu na vida, mas que vai junto na viagem? Aí é meio loteria. Vocês podem se dar super bem e a viagem ser super legal (aconteceu comigo e somos amigos até hoje) ou vocês podem brigar já no primeiro dia e estragar o resto da viagem.
A lista de coisas que podem dar errado viajando com outras pessoas é longa, mas o conselho é um só – tente contornar. Às vezes é melhor cada um deixar o orgulho de lado. Relevar. Lembre que as férias são curtas e não vale a pena perder esses tão sonhados dias brigando por sei lá o que.
Fácil não é (e como eu sei disso, pois sou geniosa), mas aprendi que respeitando a individualidade dos outros é até possível voltar da viagem e rir das suas próprias desgraças (vide história do GPS com a minha amiga). E se tudo deu errado mesmo, a lição que fica para a próxima é: não viajar mais com determinada pessoa.
E lógico, existem viagens que dão super certo, são perfeitas e cheias de boas histórias. E são essas viagens que queremos, seja sozinho ou acompanhado.
Mas, por curiosidade: quem já se desentendeu viajando com amigos (as)?