“A vida é feita de escolhas, mas uma errada anula uma certa” (Cespe). Para quem ficou tanto tempo no mundo dos concursos como eu, sabe que nenhuma frase poderia ser mais verdadeira do que essa. Para quem não tem nem ideia do que é Cespe, é uma banca sinistra de concursos (para dizer o mínimo).
Se você errar uma questão, você anula uma que acertou. E sabe o que isso significa? Significa que, ou você é um gênio e entende a banca muito bem e vai passar ou que vai ter que estudar para o próximo concurso. Só que esse não é o foco desse post.
Chega o final do ano e é inevitável pensar em tudo o que passou, fazer aquele balanço, lembrar das conquistas e também das derrotas. No meu caso, a matemática é simples. Ano bom = ano que teve muitas viagens. Ano ruim = ano que quase não viajei. Até que nem posso reclamar muito de 2014, visto que fui para Londres, Paris, Madrid, Nova York, Rio de Janeiro e São Paulo. Não viajei mais por falta de tempo e também de dinheiro.
No começo, estava muito envolvida com um concurso que eu queria muito passar e que tinha certeza que iria passar. Estudei demais, morri na praia e ainda não me recuperei. Depois, tomei posse num outro concurso que era para ser um “quebra-galho” e se tornou uma grande dor de cabeça. E, aqui estou, fazendo meu balanço do ano e percebendo que 2014 já deu literalmente tudo que tinha que dar.
As pessoas falam que sou muito pessimista (me considero apenas realista). Sempre soube que cada escolha gera inevitavelmente uma renúncia. Não dá para ter tudo na vida e embora o mundo encantado da internet esteja aí para tentar provar que isso não é verdade, pode ter certeza: é sim.
Pago até hoje pelas escolhas erradas que fiz e anularam todas as minhas certas. Esses dias, uma amiga (lá dos tempos da Europa) me perguntou porque eu voltei. E, lá pelas tantas, cheguei à conclusão que o que faltou em 2006 foi maturidade. Naquela época eu ainda tinha uma ilusão de que o Brasil tinha jeito.
Muito tempo e zilhões de acontecimentos depois, cheguei à conclusão de que não tem jeito. E, ou a gente aceita do jeito que é (dói menos), ou faz as malas (dói mais).
Para quem está fora e ainda pensa em voltar, vou dar um conselho (sei que se fosse bom, blá, blá, blá): pense bem. Só isso. Para quem ainda pensa em se aventurar pelo mundo, vou dar outro conselho: vá só se tiver a documentação necessária. A vida ilegal ou a sub-vida – como alguns gostam de chamar – não é legal. Aí é melhor aguentar o Brasil mesmo com todos os problemas. Para quem ainda não sabe o que fazer da vida (tipo eu), acho que não tem conselho que chegue. Só o tempo. Dizem por aí que ele é o melhor resolvedor de problemas do mundo. #oremos