Bom, muita gente me pede dicas de como viajar pela Tailândia, então resolvi fazer um post específico sobre isso.
A Tailândia é grande e quem quer visitar os principais pontos turísticos: Chiang Mai (norte), Bangkok (centro) e alguma ilha no sul terá que viajar vários km. E não esqueça de contar o tempo de deslocamento no seu roteiro. Porque tem gente que quer abraçar o sudeste asiático em 1 mês visitando 3, 4, 5 países e esquece de contar o tempo de deslocamento, tempo perdido na imigração, transfer para o hotel, entre outros.
Avião
É a melhor maneira obviamente. Lógico que é a mais cara, mas sempre há a possibilidade de arranjar alguma coisa barata na Air Asia, Bangkok Airways e até mesmo na Thai Airways.
Minibus (van)
Outra alternativa muito popular é usar os serviços de minibus (que seriam as vans). Muita gente reclama, diz que demora, que eles param em uma agência de turismo e fazem você comprar algo, que vão trocando você de van no meio do caminho, que o ar-condicionado não funciona e por aí vai. Em partes, isso é verdade, mas vou contar aqui minha experiência com as vans.
Cheguei no aeroporto em Phuket e precisava ir até Patong Beach (mais ou menos 1 hora de viagem). O táxi custava uns 700 baht e a minivan 150 baht. Não tive dúvidas e peguei a van. Paramos no meio do caminho numa agência de viagens? Sim. Mas não ficamos mais do que 20 minutos lá. Eu desci do carro, entreguei o endereço do hostel para eles escreverem em tailandês para o motorista e voltei. Não comprei nada. Depois, o motorista seguiu viagem e deixou cada passageiro em seu respectivo hotel. Perdi no máximo dos máximos, 40 minutos a mais com as paradas, mas economizei U$18 (que é bastante dinheiro na Tailândia). O ar-condicionado funcionava perfeitamente.
Minha segunda experiência com as vans foi de Phuket para Ao Nang (praia próxima a Krabi). O táxi custava 2.500 baht, o ônibus normal da rodoviária custava 200 baht (mas eu gastaria pelo menos mais 400 baht para ir de Patong para o centro de Phuket via táxi) e a minivan, depois de muita barganha, custou 500 baht (começou em 800). Esse era um trajeto de 3, 3 horas e meia, mas com a minivan demorou 5 horas. Isso porque um dos passageiros teve a capacidade de esquecer sua mala em Patong e lembrar quando chegamos em Krabi. Aí paramos na famosa agência de turismo (novamente, eu não comprei nada) para tentar resolver o caso da mala. Nisso, um casal resolveu ver opções de hotéis ali na agência e perdemos uma meia-hora. Aí, uma hora depois, quando a van estava pronta para partir, o amigo do cara que esqueceu a mala tinha ido dar uma voltinha ali perto e desapareceu. Ou seja, se não fossem esses incidentes, a viagem poderia ter sido feita em 4 horas e não 5. Novamente, nenhuma diferença gritante entre os outros meios de transporte e eles também me deixaram na porta do hostel. Valeu a economia na minha opinião.
Minha terceira experiência com as vans foi de Ao Nang para Koh Lanta. Paguei 300 baht (via ferry era mais rápido, mas custava 500 baht). Foi a melhor van. Super moderna, ar-condicionado no último, não estava lotada, parou em poucos hotéis e apenas uma vez no caminho (adivinhem? Em uma agência de turismo). O prometido é que demoraria 2 horas e meia de viagem e de fato demorou isso até a entrada de Koh Lanta. Só que chegamos e o trânsito estava absurdo, então perdemos o primeiro ferry. Resumindo: chegamos em 3 horas graças ao congestionamento. Novamente, tudo foi como prometido e não tive que mudar de van.
Joint ticket
É o famoso “você vai andar em tudo“. Comprei esse ticket para ir de Ao Nang para Bangkok. Uma van passou para me pegar no hotel em Ao Nang, de lá fomos pegando mais um pessoal no caminho e paramos em Krabi Town para esperar o tal do ônibus “VIP” que nos levaria até Bangkok. Paguei 500 baht por tudo isso, mas vou dizer que a economia não compensou. A viagem foi um pesadelo. Durou 14 horas e meia (em vez das 12 horas do ônibus convencional), tivemos que trocar de ônibus 3 vezes durante o caminho. O ônibus era horrível, muito ruim mesmo. Minha mochila chegou com o zíper aberto (diz a lenda que pessoas viajam no bagageiro abrindo as malas). Chegamos 5 e meia da manhã na Khao San Road e ainda tive que sair procurando um hotel.
No joint ticket, o sistema que eles usam é engraçado. Como muitos motoristas não falam inglês, eles colam uns adesivos na sua roupa. Exemplo: quem está indo para Koh Samui, recebe um adesivo “Samui” ou “S”, quem está indo para Koh Lanta recebe um adesivo “Lanta” ou “L” e por ai vai. Porque muitas vezes você não pega só a van. Você pega a van, o ferry e às vezes até um trem junto. E, inacreditavelmente, tudo funciona e todo mundo chega onde tem que chegar (mesmo tendo que mudar várias vezes de transporte durante o caminho).
Ônibus convencional
É uma ótima pedida também, porque são modernos, têm ar-condicionado, oferecem comida e vão para todos os lugares. Porém, tem a questão de ter que ir até a rodoviária comprar seu ticket, depois ir novamente até a rodoviária pegar o ônibus e depois pagar um táxi até seu hotel. Um amigo inglês fez o mesmo trajeto que eu de Krabi para Bangkok e com certeza a experiência dele foi bem melhor que a minha. O ticket dele custou 580 baht + uns 200 baht (no máximo) de táxi para chegar na rodoviária e depois no hotel. Ele gastou pouco mais de U$7 e conseguiu dormir 12 horas no ônibus. Minha experiência no ônibus VIP foi a pior possível.
Ferry
Esse é outro meio popular para viajar principalmente entre as ilhas. Aqui vale a dica que você deve comprar tudo com as agências de viagens e não no pier. Novamente, olhe os preços nas agências, entre em uma e negocie. Pelo menos 50 ou 100 baht de desconto são garantidos. Paguei 300 baht no ferry de Koh Lanta para Koh Phi Phi. Já tinha visto até por 400 baht.
Trem
Não usei nenhuma vez. Conheci 2 americanos que pegaram trem na Tailândia e adoraram. Porém, o preço é mais alto que os joint tickets ou os ônibus tradicionais.
Carro
Óbvio que também existe a possibilidade de você alugar um carro e ir dirigindo para onde quiser. Acredito que o aluguel não seja caro. O litro da gasolina custa mais ou menos 30 baht. Mas é por sua conta e risco. Eu não me arriscaria a dirigir na mão inglesa e no trânsito da Tailândia.
Minha recomendação seria:
Se você tem dinheiro – voe!
Se você tem dinheiro, mas não o suficiente para voar – use o trem ou o ônibus convencional.
Se você está no limite do seu orçamento – use os joint tickets, use e abuse das vans e dos ônibus VIPs, só que depois não reclame do perrengue ou falta de conforto.