(Lar é onde seu coração está)
Sempre acreditei nessa frase e por isso também acho perfeitamente compreensível uma das variações dela: viajar é bom, mas bom mesmo é voltar para casa. Porém, entender é uma coisa, sentir é outra. Para mim, viajar é bom. Ponto final. Não acho que a melhor parte de uma viagem é a volta (pelo visto não estou sozinha). A Leidinara do blog Férias Now tem uma visão parecida).
Home is where you heart is
Acho que meu coração se tornou do mundo, não fazendo mais de Curitiba (onde no momento possuo residência) o seu lar. Entenda, não sou uma pessoa desprovida de sentimentos. Gosto da minha família, gosto dos meus amigos, gosto do meu cachorro, gosto do meu quarto, gosto do meu banheiro, gosto da minha cozinha, gosto de tudo que tem na minha casa, mas essa saudade não me impede de achar o mundo muito interessante.
Sei lá, o mundo é um lugar muito legal e tem muito para oferecer e ensinar, e é exatamente por isso que fico perplexa quando alguém me pede indicações de restaurantes brasileiros em qualquer lugar que não seja no Brasil. Ok, uma coisa é passar uma longa temporada fora. Até eu senti falta de arroz e feijão durante todas as temporadas longas que passei no exterior. Só que isso não significa que procurei o Brasil (ou algo que remetesse a ele) durante todos os dias da minha viagem. Para mim, experimentar novas coisas, novas comidas, novas sensações (gostando ou não) faz parte do processo.
Gosto muito de viajar exatamente porque viajar faz você sair da sua zona de conforto e da sua rotina. Nunca fui fã de rotina. Sempre ODIEI (assim mesmo – com letras maiúsculas), acordar cedo, ser obrigada a ir para a escola e depois para o trabalho. Meu sonho continua sendo o de ter um trabalho remoto que me permita acordar a hora que eu quero (preferencialmente depois das 10:00 hs).
Outra coisa que não suporto aqui no Brasil é essa história de ter que trabalhar 365 (longos) dias para ter direito a 30 dias corridos de férias. Sei que vai ter gente que vai alegar que existem países piores (lógico que sim, afinal sempre tem alguém pior que a gente), mas ao mesmo tempo existem países com políticas de férias muito melhores que a nossa. Aliás, a melhor época da minha vida (em termos de férias) foi a época da Europa. A cada mês trabalhado, eu tinha direito a 2 dias úteis de férias. Pode parecer pouco, mas se você emendar com um feriado de 2 dias, 5 dias úteis de férias rendem 11 dias de folga. Se você tentasse fazer a mesma coisa aqui, eles te descontariam 10 dias de férias. Mas, nem tudo está perdido. Muitas empresas trabalham com o sistema de banco de horas e dependendo do chefe até dá para emendar uns feriados (eu já consegui muito).
Uma pena que agora tá difícil. Confesso, minhas mãos já estão tremendo. Viajar é a minha droga e eu sei que quanto mais eu uso, mais eu quero. Não posso reclamar, afinal viajei muito em 2013. Fui para o Hawaii e para o México (riscando os lugares que estavam no topo da minha nova bucket list de viagens). Também fui para Morretes, Foz do Iguaçu (dando um pulinho na Argentina e Paraguai), Florianópolis, Guarda do Embaú, Praia do Rosa e São Paulo. O problema é que eu queria mais…ou talvez o erro tenha sido concentrar todas as viagens no primeiro semestre.
Mas como toda pessoa viciada, estou um pouco mais calma por saber que daqui umas semanas farei uma viagem curtinha e para um lugar que já conheço relativamente bem. Mas quem se importa? Se para alguns, voltar para casa é a melhor parte da viagem, para mim a melhor parte é simplesmente ir. Para onde não importa muito, afinal já faz tempo que descobri que meu coração não pertence a um único lugar. Meu coração é do mundo!