Quem nunca escutou essa pergunta quando era criança e/ou adolescente? Eu sempre tinha uma resposta na ponta da língua: advogada. Isso obviamente depois de ter passado a fase em que eu queria ser cabeleireira, bailarina ou aeromoça. Depois de algum tempo, fiquei em dúvida e queria ser jornalista, mais precisamente uma correspondente internacional.
Infelizmente, eu tinha 16 anos quando fiz vestibular (sim, sempre estive 1 ano adiantada, porque sou de fevereiro e fui direto para o antigo “pré” com 5 anos). Maturidade não era meu forte na época. Fiz vestibular para Direito e reprovei logo de cara. A sorte (ou azar) é que atirei para tudo que é lado e acabei passando em Administração. Não demorou muito para eu perceber que a escolha não tinha sido adequada. Então, como toda pessoa madura após 1 ano de faculdade (só que não), eu fiz outro vestibular para Publicidade. E por que não Jornalismo? Pois é. Acreditem se puderem, mas alguém me falou que era difícil conseguir estágio na área e na época eu precisava de dinheiro.
E foi assim, com decisões super sábias e maduras (só que não) que eu perdi 4 anos da minha vida fazendo Publicidade. Antes tivesse escutado meus pais e insistido no Direito. Não estou mencionando o Jornalismo, porque de uma forma bem torta ele acabou entrando na minha vida.
Todo esse blá blá blá era para dizer que nunca sonhei em ser blogueira. Adoraria (de verdade) viver 100% do blog (quem sabe em breve), mas a verdade é que a tal profissão blogueira poderia ser encaixada naquelas tirinhas: como minha mãe pensa que é, como meus amigos pensam que é, como realmente é.
E eu digo: é uma vida sem glamour, ao menos para os blogueiros de viagens. Confesso que já me diverti mais sem me preocupar em fotografar o quarto que eu estava dormindo. Já comi melhor sem precisar fotografar o prato da comida e já vivi menos estressada sem dar uma conferida diária no Google Analytics.
Mas não existe almoço grátis. O Preciso Viajar deixou de ser um hobby e faz tempo. O que muita gente não entende é que dá trabalho fazer um blog e por mais que ele dê um retorno financeiro, há uma pessoa com sentimentos por trás dele.
“Nem li todos os comentários, mas gostaria de saber se você pode me responder essa dúvida”. Aí você vê que a dúvida já está respondida no próprio post que a pessoa foi incapaz de ler. “Oi, tudo bem! Parabéns pelo blog. Estou pensando em ir para o destino X e tenho Y dias. O que você recomenda, quanto tenho de levar de dinheiro, onde devo ficar, etc e etc.?”. Ah, o parabéns pelo blog. Um clássico! A pessoa sequer se deu o trabalho de ler os mais de 40 posts de determinado destino. E olha que tem post bastante didático, só falta desenhar. E o meu favorito é o “seu blog é muito bom, mas esperava dicas mais práticas, é muita experiência pessoal que sinceramente não é o que eu procuro”. Oi? Mas não é exatamente esse o objetivo de um blog?
Já tive mais paciência, mas hoje ela se esgota no meu trabalho (o meu outro trabalho). Tem dias que tenho vontade de fechar as caixas de comentários. Tem dias que tenho vontade de fechar o blog.
O mais engraçado é que em um desses dias de fúria, estava conversando com minha massagista e ela me disse que a filha tinha ficado encantada porque ela tinha uma cliente que era blogueira. Ela disse que a menina pediu várias dicas, disse que é esse o caminho que quer seguir na vida. Eu até dei risada, mas disse: fala para ela continuar estudando.
Se hoje eu pudesse responder o que queria ser quando crescesse, só diria: feliz!