Existem cidades que são tão gostosas, que você não tem vontade de ir embora. No meu caso, essa cidade chamava-se Siem Reap. Mas era hora de seguir em frente a abandonar o encantador cenário dos templos de Angkor Wat e entrar no cenário do passado trágico do Camboja.
Peguei um ônibus noturno de Siem Reap para Phnom Penh. Foram seis horas de viagem. Sempre que podia, pegava ônibus noturno na minha viagem de volta ao mundo, por um motivo muito simples – economia de hospedagem. Comprei um ticket para embarcar num sleeper bus e imaginava que seria mais ou menos como um ônibus leito no Brasil. Mas nada pode ser muito simples na Ásia. O ônibus de fato tinha camas, isso mesmo camas. Para ser mais precisa, o ônibus tinha beliches. E eu fui contemplada com uma cama de casal no andar inferior do beliche, dividida apenas com um pequeno encosto e que eu tive que dividir com um completo estranho. Além disso, ela era em frente ao banheiro. Não preciso nem contar o final da história, mas foi uma das piores viagens de ônibus da minha vida. Era melhor ter pago uma diária num hostel, que custava U$7,00.
Cheguei em Phnom Penh e fui direto ao hospital, porque tinha sido picada por uma aranha lá em Siem Reap. Aproveitei e já verifiquei as várias picadas que eu tinha na perna de mosquitos, afinal – vai que era malária? Não era, então tudo certo para seguir em frente, visitar a cidade e providenciar meu visto para o Vietnã.
Eu amei Phnom Penh. Ela tem um pouco da Europa e muito da Ásia (vi até um elefante atravessando a rua).
Esse templo é muito parecido com o Grand Palace na Tailândia |
O elefante atravessando a rua |
A escola que depois foi transformada em presídio. O balanço foi substituído e virou instrumento de tortura. |
Algumas fotos das vítimas. Muitos sorriam, obviamente sem saber o que viria a acontecer. |
Fiquei olhando uns 10 minutos para essa foto. A menina parecia ter uns 10 anos. |
A tal árvore |
Jardim onde estão centenas de corpos enterrados |
Dicas, preços e informações
– O Russian Market é um mercado same same da Ásia em que você encontra todos os souvenir possíveis, mas também mistura coisas falsificadas e reais. A maioria das marcas americanas tem fábricas no Camboja, tais como a Gap e a Tommy Hilfiger. Tenho certeza que muita coisa daquele mercado é carga roubada. O que vale a pena lá são as bolsas e carteiras de ceda. Lindas e super baratas. Barganhei muito e comprei uma bolsa e uma carteira por U$5.
– Fiquei no Mad Monkey Hostel. Ele fica um pouco afastado da área do rio, que tem a maior concentração de hotéis e guesthouses, mas eu gostei muito. Uma cama custa U$7 a noite, sem café-da-manhã. O restaurante do hostel é uma delícia, porém é caro para os padrões do Camboja. O staff é super atencioso, os donos são ingleses (jovens, lindos, porém comprometidos) e uma das meninas que trabalha lá, ocupa definitivamente o posto de pessoa mais simpática e feliz que conheci até hoje.