O tour começou atrasado. Um dos passageiros se atrasou e consequentemente atrasou o início do tour. Como o grupo era composto de dois casais, os casais obviamente não queriam sentar separados. Confesso que sempre que possível, prefiro sentar no banco da frente, ao lado do motorista, porque o espaço é sempre maior (e também sou muito traumatizada com os enjoos que tinha quando era criança).
Escolha errada! O motorista era muito sem noção, mas como o resto do grupo também tinha percebido isso, ninguém quis trocar de lugar comigo (me ferrei!).
O primeiro dia é o dia do Salar de Uyuni. Antes, são feitas algumas paradas (vilas com artesanatos). E, depois, paramos num lugar chamado Cemitério dos trens.
Dicas para não cair em ciladas no Salar de Uyuni
E não demorou muito para entrarmos no famoso Salar. Fui na época seca (setembro), então era só sal mesmo e não tinha aqueles resquícios de água. Mesmo assim, achei LINDO.
Logo no começo, o motorista nos alertou que não poderíamos subir nos montes de sal. Todos os outros turistas estavam subindo, mas decidimos não subir.
Depois, fomos para outra parte do Salar, aquela parte que você pode brincar de tirar fotos engraçadas abusando da perspectiva, mas foi nessa hora que começaram nossos problemas. O motorista só nos deu 15 minutos para tirar fotos por lá, o que, vamos combinar, não é suficiente.
Como sou viciada em fotos, já tinha lido as técnicas para tirar as fotos engraçadas brincando com a perspectiva. Nesses 15 minutos, não rolou muita foto engraçada porque os casais só tiravam fotos deles e o mexicano sumiu.
Almoçamos perto de um Museu de Sal e ele garantiu que nos daria mais tempo para fotos em outro lugar. Paramos em uma parte que tinha uns hexágonos bem legais no chão e tiramos váriasssss fotos lá. O Salar é mesmo maravilhoso.
Depois, ainda paramos em outro lugar que custava 30 bolivianos para entrar. Não lembro o nome, mas era um parque cheio de cactus. Ninguém do grupo quis entrar, então ficamos lá fora tirando mais fotos. Fui com o mexicano dar uma volta e encontramos um grupo de japoneses que estavam tirando fotos com uma lata de Pringles. Achamos o máximo e, assim, de penetras, entramos na foto deles. Pena que o motorista já estava bem mal humorado e nos fez ir embora. Os japas pegaram o e-mail do mexicano, mas pressinto que nunca veremos a tal foto da gente saindo da lata de Pringles (mas juro que é verdade).
Aí, chegamos no hotel de sal. A mulher da agência prometeu para os casais que nesse hotel eles ficariam em quartos duplos. A gente chegou lá e adivinha? O motorista falou que só tinha um quarto duplo disponível e que os outros quatro teriam que ficar num quarto coletivo.
Os casais ficaram indignados, começaram a bater boca com o motorista e foi ali o começo do fim do nosso passeio. Depois de muito bate boca, eles conseguiram dois quartos de casal e ainda sobrou um quarto com duas camas para mim e para o mexicano que, pasmem, também estava discutindo que queria um quarto individual. Minha humilde opinião: eles estavam delirando. O tour custou 600 bolivianos. Se eles faziam questão de ficar em quartos privativos, eles tinham que ter escolhido um tour mais caro.
O hotel era simples, mas vou dizer que a situação do banheiro era tensa. Para começar que estávamos em vinte e quatro pessoas (somando todas as agências) e o estabelecimento tinha apenas 2 banheiros. Pensa na desgraça! E, para ajudar, não tinha papel higiênico. Por sorte, já sabia desse detalhe e levei papel higiênico e lenço umedecido.
E o chuveiro? Tinha apenas um chuveiro (bem precário), mas a água era quente. Realmente, era…
Esqueceram de nos avisar que para tomar banho você tinha que pagar 10 bolivianos. Fui a segunda a tomar banho e não paguei nada porque ninguém me cobrou. Aí, quando, sei lá, a sétima pessoa foi tomar banho, os caras se tocaram que tinham que cobrar. Aí tentaram cobrar retroativo e ninguém quis pagar. Foi uma confusão enorme. Tinha um grupo de israelenses em outra excursão e quando um deles foi tomar banho, o dono do hotel simplesmente cortou a água quente (no meio do banho). O israelense saiu do banheiro xingando até a última geração da mãe do cara. Foi o fim do banho para todos!
Passado o stress, fomos jantar. O jantar foi servido lá mesmo no hotel, um por mesa. Cada mesa era de uma agência diferente. E estava muito bom. De entrada, foi servida uma sopa bem gostosa e o prato principal era frango assado com batata e cenoura.
Depois do jantar, o guia veio nos fazer uma proposta. Ele queria que acordássemos mais cedo para começar o tour antes. Assim, no terceiro dia ele nos daria um extra. Em breve, vou contar as emoções do segundo dia do Salar.
Importante
– Esse é o único hotel em que – em teoria – você pode tomar banho. Aproveite!
– Esse é o único hotel que você pode carregar seus eletrônicos. Eles podem ter a cara de pau de cobrar 5 bolivianos (não me cobraram), mas mesmo que cobrem, pague, pois você corre o risco de ficar sem bateria.
– O hotel é simples, mas acredite, o outro é bem pior.
Acompanhe o Segundo Dia no Salar de Uyu