Preciso Viajar

Sobre cartões postais

Sou apaixonada por cartões postais e não estou me referindo aos pontos turísticos que acabam gerando as fotos, estou me referindo àquela foto impressa que tem um espaço no verso para um pequeno texto.

Lembro daquela época em que as passagens internacionais custavam um rim e que quando uma alma afortunada viajava, a única coisa que eu pedia era um cartão postal, devidamente selado e postado. E aí, seguia-se a rotina de esperar o carteiro. Era uma longa – e dolorosa –  espera, até o dia em que ele chegava: meu tão amado cartão postal.

Como eu sempre fui muito curiosa, a primeira coisa que eu fazia era olhar o verso e ler o texto. Como estava a viagem? O que a pessoa tinha feito? O que ela mais tinha gostado? E depois de ler aquelas míseras linhas, eu finalmente virava o postal, olhava a foto e suspirava – um dia ainda terei a chance de conhecer tal lugar.

Cartao postal

Cartao postal

Guardei muitos – com carinho – em uma caixa. Era a minha caixa de desejos, literalmente, a caixa que eu depositei todos os meus sonhos de consumo, os meus sonhos de viagem.

Meus postais…

E não sei em que momento da vida eu perdi a minha força persuasiva e as pessoas pararam de me mandar cartões postais. Mesmo com a toda a tecnologia disponível, ainda sou dessas que não resiste a um envio de cartão postal. Mesmo na minha fase de economia pobreza extrema durante a volta ao mundo, eu sempre dei um jeito para comprar postais.

Lembro que fui praticamente ao êxtase quando encontrei 10 postais por U$1,00 no Camboja. Foi praticamente meu aniversário fora de época. Escrevi um a um, pensei muito no que queria dizer para cada pessoa e ainda levei os postais já escritos para a Tailândia, pois sabia que o correio de lá era mais confiável e barato.

E, mandei dezenas de postais para o Brasil na esperança que as pessoas que iriam recebê-los ficassem tão feliz como eu ficava – e na verdade ainda fico – ao receber um cartão postal. E foram poucas que agradeceram ou comentaram alguma coisa relativa ao cartão postal.

Tudo bem, afinal é só uma foto – nem sempre bonita -, com um pequeno texto no verso. Talvez nem todo mundo se importe ou ache isso a oitava maravilha do mundo ou talvez eu sofra mesmo daquele síndrome de criar expectativas demais, sabe?

Eu vejo as fotos e depois tento tirar uma igual

O fato é que, no pior dos cenários, eu continuarei a mandar postal para mim mesma, porque continuo me emocionando a cada novo postal que chega na minha caixa do correio. Antes um postal do que contas para pagar, não é mesmo?

O último que recebi. A Karla (que está fazendo uma volta ao mundo) me mandou

 

 

 

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