Preciso Viajar

O episódio do veleiro e do snorkeling na Austrália

Continuando a série de histórias da minha volta ao mundo, hoje vou falar sobre o episódio do veleiro e do snorkeling na Austrália.

Resolvi viajar com a Aninha (minha amiga e que dividia apartamento comigo em Sydney) para Brisbane e Whitsundays. Ela queria muito ver o coração formado pelo barreira de corais e eu queria muito ver Whitehaven Beach, considerada uma das praias mais bonitas do mundo. E o pessoal que eu conheci na Nova Zelândia já tinha me dito que não valia a pena fazer um passeio de apenas um dia para Whitehaven Beach e que o esquema era pegar um veleiro e passar pelo menos duas noites velejando as ilhas de Whitsundays.

O coração da barreira de corais

No começo a Aninha não gostou muita da ideia do veleiro, mas depois foi se acostumando. E eu também não estava tão convencida, porque além da claustrofobia fico enjoada em barcos. Mas resolvemos encarar a aventura.

Esse era o nosso veleiro, o Siska.

O pessoal tinha nos avisado que não era para levar muita coisa para o veleiro, mas mesmo assim, levamos duas malas um pouco grandes. Sei lá, na minha cabeça achei que ía rolar um quartinho minúsculo para dormir, não imaginava que teria que dormir praticamente em uma prateleira.

Esses biquinis não eram meus, eram de umas alemãs. Mas a gente dormia dentro desses buracos.

O veleiro até que tinha um tamanho considerável, mas ficar na parte de baixo era inviável. O veleiro balançava muito e eu sentia muito enjoo. Então eu era obrigada a ficar na parte de cima mesmo com o vento frio e a chuva fina.

Era assim que a gente ficava, o dia inteiro.

Tirando esses pequenos detalhes e a falta de banho, curti bastante a experiência do veleiro. O pôr do sol em alto mar foi incrível e depois ainda subi para ver as estrelas. Nossa, um daqueles momentos inesquecíveis!

Bom, voltamos para a terra e no dia seguinte, pegamos o barco FantaSea para ver o coração da barreira de corais. Tinha uma plataforma para a galera fazer snorkeling e pensei que seria quase um sacrilégio estar na barreira de corais e não fazer um. Só tem um pequeno detalhe: eu tenho fobia de peixe. Só em pensar naqueles primos do Nemo vindo em minha direção já sinto pânico, mas é aquela coisa, quem tá na chuva é para se molhar. 

Eu sei nadar, mas não me sinto confortável com os peixes. Fico nervosa e não consigo respirar corretamente com a máscara de snorkel, então tenho optado por fazer snorkeling com colete salva-vidas. É coisa de preguiçoso, mas eu prefiro assim.

Entrei no mar com o colete salva-vidas, pé de pato e máscara. Quem olhava, podia até acreditar que eu tinha alguma experiência. A Aninha entrou na água junto comigo. A gente flutuava e só enfiava a cabeça dentro da água para ver se achava algum Nemo.

Nenhum Nemo, mas esse ser era estranho.

De repente, a Aninha olhou para mim e falou: “cadê o resto do pessoal?“. Começamos a olhar em volta e o barco estava longe, todo o resto do povo também. Como a correnteza estava muito forte e nós estávamos com o colete, nós fomos levadas para muito longe do barco.

Aí bateu o desespero, né? Porque tem de tudo no mar da Austrália, até tubarão. Eu já tenho fobia de peixe que em teoria não faz nada, imagina tubarão?

Bom, por sorte era a Austrália, um país super preparado para o turismo e como essa era uma área delimitada da barreira, tinha um barco de resgate por perto para socorrer pessoas metidas a mergulhadores como a gente.

Não deu 5 minutos e um barco veio em nossa direção. O salva-vidas apitava e perguntava se estava tudo bem. A gente respondia que sim. O cara jogou umas bóias e fomos segurando na bóia até a plataforma onde o outro barco estava ancorado.

Maior mico do ano! A gente relutou em contar essa história para os outros, porque tínhamos muita vergonha, mas quando lembro desse episódio, dou muita gargalhada. Resgatada em plena barreira de corais! De fato, não é para qualquer um.

Lições que aprendi com esse episódio

1) É bom confiar quando o folheto diz que você deve levar pouca babagem para um barco. O espaço é mesmo reduzido.

2) É bom prestar atenção nas instruções de mergulhadores profissionais antes de se aventurar com um colete salva-vidas num mar que está agitado e tem de tudo, até tubarões.

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