Preciso Viajar

Vivendo com 1 dólar por dia

Hoje estava à toa em casa e decidi lugar o Netflix. Por sugestão do próprio, assisti o documentário Living on One Dollar (Vivendo com 1 dólar por dia). “Quatro amigos americanos viajam para a Guatemala com o objetivo de vivenciar a extrema pobreza vivendo com um dólar por dia durante dois meses”. A Guatemala é um país que está na minha listinha de destinos que quero conhecer há tempos e depois do documentário subiu para a lista de prioridade máxima. Muita gente viaja só para ver lugares bonitos e esquece que o que faz um lugar ser incrível são as pessoas que nele vivem.

Os quatro americanos largaram suas vidas confortáveis nos EUA e embarcaram para a Guatemala para viver 56 dias na extrema pobreza. O local escolhido foi o vilarejo rural de Peña Blanca, habitado por 300 pessoas. Em vez de dividirem o orçamento total da “aventura” pelos dias que estariam por lá, eles decidiram viver como os locais: sem saber quanto iriam receber por dia. Então, criaram um esquema de sorteio com números entre 0 e 9. E viviam com o número sorteado do dia convertido em dólares.

O documentário é forte, obviamente. Não é nada agradável ver crianças que deveriam estar na escola, trabalhando para ajudar no sustento da família. Também não é agradável ver uma família de 8 pessoas ter que viver com U$2,5 por dia. O que você faz com R$10?

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Lembrei da minha volta ao mundo e do tempo que fiquei no Sudeste Asiático. Foi lá que percebi que no fundo todo mundo está em busca da felicidade. Para quem tem pouco (financeiramente falando), a felicidade pode estar resumida a um prato de comida, ver seu filho ir para a escola ou simplesmente acordar vivo no dia seguinte. Sempre me perguntava: como é que essas pessoas conseguem sorrir diante de tanta pobreza?

E as pessoas de Peña Blanca comprovam a teoria de que a felicidade vai muito além dos bens materiais. Mesmo vivendo abaixo da linha da pobreza, elas estão dispostas a dividir o pouco que tem e ajudar quem tem menos ainda. Uma das frases que mais me marcou foi uma das mulheres falando: “nós somos pobres e continuaremos sendo pobres”. Assim como um dos americanos fala no documentário: é fácil falarmos que alguém é pobre por preguiça ou por falta de ambição, mas não percebemos que mais de 1 bilhão de pessoas são miseráveis porque lhes faltam coisas que nós temos acesso todos os dias. Para citar algumas: água, comida, saneamento básico.

O projeto Living on One Dollar vai além do das telas. Esse é o site http://livingonone.org/. Os criadores ainda se envolveram em mais algumas causas, mas se você (como eu) se emocionou com os moradores de Peña Blanca e quer ajudá-los, qualquer valor é aceito como doação. Eu decidi doar para educação, mas há também a opção de doar para os micro-financiamentos abordados no documentário. Bastou um cadastro rápido e doei pelo paypal. Devido ao sucesso do documentário no Netflix, eles já arrecadaram mais de U$195.000. Fico torcendo por todas as pessoas que apareceram no programa e espero que tenham a chance de ter uma vida melhor. Torço também para todas as outras que estão abaixo da linha da pobreza (em outros países) e espero que um dia o mundo seja um lugar melhor para elas.

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