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Volta ao mundo: uma breve reflexão

Dedicado a todos aqueles que sonham fazer uma volta ao mundo

Foi na Tailândia que conheci a pessoa que viria a mudar minha vida – Pam Phillips, uma americana dando uma volta ao mundo. Era o meu primeiro encontro com alguém real que estava realizando o que, até então, era um sonho muito distante para mim. Decidi que faria a mesma coisa quando ela revelou a quantia necessária: US$ 15 mil. Voltei daquelas férias e iniciei o meu plano de ano sabático.

Fiquei um ano juntando dinheiro e foquei o roteiro em lugares que seriam difíceis de desbravar em férias de 30 dias, o que me levou a priorizar a Ásia e a Oceania. Saí do meu emprego, vendi o carro e parti para a maior aventura da minha vida.

Sydney, Austrália

Volta ao mundo: uma breve reflexão

Foram vinte países, centenas de cidades e alguns perrengues. Minha conta bancária já foi realmente melhor, mas enriqueci de tantas outras formas durante a jornada… As aulas de história e os mapas de geografia, por exemplo, se materializavam na minha frente, assim como a certeza de que a vida é curta demais para nascermos e morrermos no mesmo lugar.

Não consigo nem descrever a sensação de caminhar pela Muralha da China, ver o nascer do sol nos templos do Camboja, acampar num deserto na Jordânia e ser presenteada com uma chuva de estrelas cadentes ou então de conhecer a praia onde foi gravado o filme Lagoa Azul, filme que fez parte da minha adolescência.  Tudo isso sem pressa. O tempo não era mais um inimigo. Tinha se tornado um aliado.

Dar uma volta ao mundo não é impossível. E não é preciso ser rico, mas aprender a abrir mão de coisas antes essenciais faz parte do processo. Com determinação, dá para dar 360 graus no globo com o valor de um carro popular. E tem mais: uma viagem dessas envolve desapego não só material, como emocional. Os encontros são constantes e as despedidas idem. É necessário estar preparado para dar adeus aos seus novos melhores amigos a todo instante – pessoas que você provavelmente nunca mais irá encontrar.

E pessoas que, depois de tudo que vivenciei, descobri terem mais coisas em comum entre si do que pensam. Apesar das diferenças culturais, ideológicas e religiosas, no fundo, buscam somente a felicidade, seja em um prédio luxuoso de Nova York ou em uma vila remota do Laos.

*(Texto que escrevi para uma revista, mas como não chegou a ser publicado lá, publiquei aqui)

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