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Guia de compras nos Estados Unidos

Comprar roupa de grifes famosas no Brasil é caro e todo mundo sabe disso. Então, quando embarquei na aventura de 10 dias em Orlando + Miami +outlets, já sabia que o esquema de compras seria absurdo. E foi aí que tive a ideia de escrever esse guia de compras nos Estados Unidos.

Embarquei com minha amiga Manu (ótima cia de viagem) e fizemos o check-in com apenas uma mala (muito grande), que estava vazia. A moça do check-in perguntou o que iríamos fazer nos Estados Unidos. Nós disfarçamos e para não responder “muitas compras”, nós respondemos – “umas comprinhas”.

Nós levamos roupas para 2 dias, umas roupas íntimas e só. E tudo que eu levei era velho e caso fosse preciso, eu poderia deixar lá nos Estados Unidos, sem dor no coração.

Nosso voo chegou bem cedo em Orlando, pegamos o carro que já tínhamos previamente alugado e fomos direto para o outlet. Ficamos fazendo uma horinha na Starbucks e quando o outlet abriu, nós começamos a comprar feito duas desesperadas.

Depois dessa experiência de compras nos Estados Unidos, que depois eu repeti algumas vezes com minha irmã (em Orlando também) e sozinha (em Nova York), divido aqui com vocês algumas dicas para facilitar suas compras.

Guia de compras nos Estados Unidos

Carro

Tanto em Orlando como em Miami é essencial alugar um carro se você pretende fazer umas comprinhas. Não vou te enganar, mas um dia não é suficiente para os outlets. Só que tem muita gente espertinha que sabe que os brasileiros estão com bastante dinheiro para gastar nos Estados Unidos e começou uma modinha de arrombarem os carros nos estacionamentos dos outlets. Como o seguro morreu de velho, recomendo que você evite colocar suas compras no porta-malas do carro. Coloque só quando estiver indo embora do outlet. Se arrombarem teu carro, você vai ter um puta baita stress com a locadora, mais um stress com a polícia e dificilmente irá reaver suas compras (e dinheiro), porque os estacionamentos são gratuitos. Conheço um casal que teve o carro arrombado e eles até conseguiram o reembolso do dinheiro porque eles tinham um seguro de viagem com o cartão de crédito (aliás, outra dica – faça o seguro de viagem). Mas para que correr o risco, né?

Truques para carregar as compras

As compras vão pesando e chega um ponto que você não aguenta mais carregar as sacolas. Então, existem basicamente 2 truques para diminuir esse peso:

1) Levar uma mala de rodinha bem grande e ficar arrastando essa mala pelo outlet no melhor estilo sacoleira do Paraguai. É bem pobre, eu sei.  Também morri de vergonha no começo, até perceber que a prática é comum. E sabe o que é melhor? Você pode comprar a mala no próprio outlet.

2) Carrinho de bebê. Você não precisa estar carregando um bebê para alugar um (aliás, recomendo que não leve bebês ou crianças nos outlets). Você aluga um carrinho e vai colocando suas sacolas dentro dele. Outra prática bastante comum.

Otimizando o tempo para as compras

Sendo curta e grossa: esqueça aquilo que você faz no Brasil de ir com mãe, pai, amigos, namorado (a), marido, esposa no shopping e ir passeando, olhando vitrine e horas depois, decidir o que comprar. Não dá para fazer isso nos outlets.

Os outlets são gigantes, não dá tempo de ficar voltando nas lojas. O que eu fazia: marcava um ponto de encontro e horário com as outras pessoas que estavam viajando comigo. Nos encontrávamos nesse ponto de encontro, trocávamos figurinhas de quais lojas estavam valendo a pena e voltávamos às compras.

Mas existe um jeito bem mais profissional que esse, aliás, existem alguns jeitos mais profissionais que esse.

1) Comprar um walkie talkie. Você fica com um, seu parceiro de viagem fica com o outro e vocês vão se comunicando a cada nova oportunidade (leia – promoção) das lojas. Vira e mexe dá umas interferências (tem muito brasileiro que faz isso), mas é um ótimo jeito de não se perder na selva, ops, no outlet.

2) Nextel. Se você tem um e seu parceiro de viagens também tem um Nextel, você pode usá-lo nos EUA. Não tem custo de deslocamento e funciona da mesma maneira que o walkie talkie.

3) Celular. Você pode comprar 1 chip local (no exterior é chamado de sim card) que vai custar uns U$25. Veja o da Travel Mobile.

Política de trocas

Muita gente pode não saber, mas a política de troca nos Estados Unidos é muito simples. A peça está com etiqueta e não está danificada? Você pode levar de volta na loja e pedir seu dinheiro de volta. Não precisa trocar a peça. Só para lembrar que você deve estar com o seu cupom fiscal.

Então, se você entrou na loja, a loja está cheia, você está sem tempo para provar, a peça está barata, mas você ainda está em dúvida se vai ou não levar, LEVE. Volte para o hotel, experimente e se realmente não ficou bom, você volta na loja e pega seu dinheiro de volta.

Se você pagou no cartão de crédito, você vai receber um crédito no seu cartão. Se pagou em doletas, vai receber os dólares de volta e se pagou num cartão pré-pago (visa travel money), o dinheiro volta para o cartão. É realmente muito simples, mas lembre-se das regras: peças com etiquetas, não danificadas e com cupom fiscal.

Cupons de desconto

Quase todos os outlets oferecem cupons de desconto para os clientes. É uma prática comum nos EUA. Normalmente são oferecidos de graça ou por uma pequena taxa (U$5) no balcão de informações. Vale a pena dar uma olhada nos sites também e pegar cupons online. É uma das melhores maneiras de economizar.

Alimentação

A correria nos outlets era tão grande que eu nem sentia fome. Fazia um lanche rápido na praça de alimentação (todos os outlets tem e não são caras) e depois que voltávamos para o hotel é que decidíamos onde iríamos jantar. Muitas vezes fomos no Olive Garden. Se você estiver em Orlando, tem muitos restaurantes da rede por lá.

Alfândega no Brasil

Existe um limite de compras no exterior e esse limite é de U$500, que por sinal é muito baixo. Além de compras no valor total de até U$500, você pode trazer 1 celular, 1 relógio e 1 câmera fotográfica para uso pessoal. Também não adianta comprar uma super câmera profissional e achar que ela estará isenta na cota. E o relógio, coloque no pulso.

É fato que a Receita está com os olhos bem mais atentos. Não adianta tentar trazer 5 malas, tirar todas as etiquetas das roupas, trazer 10 bolsas e falar que é tudo uso pessoal e que já eram coisas usadas. Outra coisa que notei é que a Receita tem bastante interesse em eletrônicos. Então, notebooks, ipads, etc. são sempre mais visados. Tem que ponderar bastante se vale a pena correr o risco de não declarar e ser pego e depois ter que pagar o imposto. Eu nunca entendi direito a tributação. Uma vez alguém me falou que se eu declarasse antes da alfândega que tinha passado da cota, eu pagaria 50% sobre o valor excedente e que se me pegassem e eu não tivesse declarado, pagaria 75% sobre o valor excedente (50% que já deveria ter sido pago antes e mais 25% de multa por não ter declarado). E, é bem isso mesmo.

Os voos de Miami e Nova York são mais mais visados. Se possível, tente evita-los. Isso não significa que voando de Dallas para Guarulhos, você está a salvo. Tenho visto diversas reportagens e parece que agora está rolando até raio-x das bagagens antes da sua mala chegar na esteira e que os fiscais já sabem quais malas são suspeitas.

Menos é mais

Quanto mais malas você tiver, maior será a chance de acharem que você excedeu a sua cota. Duas malas está de bom tamanho, embora eu sempre tente passar com uma.

Bom senso na hora das compras. Comprar muitas peças iguais pode parecer crime de contrabando. Se as roupas que você está trazendo são para uso pessoal, traga uma de cada modelo e cor.

Enxoval do bebê também está ficando cada vez mais complicado, principalmente porque os casais voltam carregados de malas, carrinhos, cadeirões e aí acabam caindo na malha fina. Vale muito a pena trazer roupas de bebês e se for em casal, na cota total do casal de U$1.000, dá para trazer muita coisa. Procure ficar dentro dessa cota.

E você? Já foi fazer compras nos Estados Unidos? Tem alguma outra dica para os viajantes?

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