O Japão é um país caro. Todo mundo sabe disso e eu e meu amigo Igor também sabíamos disso. Então a gente economizava ao máximo. E o pessoal do hostel me falou que tinha uma loja chamada Lawson que era o equivalente ao nosso R$1,99 e vendia de água a souvenir. Como lá no Japão, até um cartão postal é caro, a gente resolveu visitar essa loja e ver se conseguia comprar alguma coisa para levar de lembrança para familiares.
Bom, me deram um mapa e eu perguntei para o Igor se ele sabia ler mapas, porque quem lê esse blog há algum tempo sabe da minha incapacidade quanto a esse item. Ele disse que sim, então fomos caminhando em busca dessa tal loja Lawson. Só que no meio do caminho, a gente se perdeu.
Como os japoneses são super prestativos e apesar de não falarem inglês, estão sempre dispostos a te ajudar, nós resolvemos pedir informação. Vimos duas mulheres que estavam se preparando para pegar suas bicicletas na frente de um restaurante e perguntamos se elas sabiam onde ficava a tal loja Lawson. Eu já tinha aprendido a falar oi em japonês e logo depois, emendava em inglês uma frase pedindo ajuda. Eu usava a pronúncia americana de Lawson que seria mais ou menos assim – Lál-sôn.
Elas não entenderam nada do que eu perguntei, mas fizeram uma mímica pedindo para a gente esperar. Elas entraram no restaurante e chamaram uma garçonete. Expliquei novamente para a garçonete que estava procurando a loja Lawson e o inglês dela era um pouco melhor. Ela conseguiu falar algo como – “não falo inglês”.
Bom, já tínhamos desistido de qualquer tipo de ajuda, só que a garçonete entrou no restaurante e chamou o dono. O dono também não falava inglês, mas resolveu olhar o mapa. Por sorte, o mapa também estava escrito em japonês e eu apontava e falava – Lawson.
Aí virou uma zona. Todo mundo queria ver o mapa e aí, uma das mulheres das bicicletas teve um clique. Ela soltou um – “Lá-ú-sôn”. Aí eu falei – “isso, isso”. A pronúncia japonesa da palavra americana era completamente diferente da pronúncia certa e ninguém entendia onde queríamos ir, porque para eles aquela palavra não existia.
Ela me explicou como fazia para chegar lá e faltava algo como duas quadras. Nisso, eu percebi que o Igor saiu andando porque simplesmente não conseguia controlar a risada. Eu já estava querendo rir e olhando para ele que estava se matando de rir na minha frente, até hoje não sei como me controlei.
Sobrou para mim a árdua tarefa de agradecer as mulheres (sem rir), mas elas eram tão queridas que resolveram nos acompanhar até a loja, ou pelo menos até parte do caminho, pois era o mesmo caminho delas. Gente, eu queria rir muito e o Igor foi andando na frente (óbvio, porque ele tava rindo e não conseguia parar).
Na hora que entramos na tal loja, a gente se matava de rir. Quase fiz xixi nas calças. Um olhava para o outro e falava “Lá-ú-sôn”. Os japoneses olhavam para a gente e não entendiam nada. Esse episódio virou piada interna e toda vez que a gente se encontra, a gente fala do tal do Lawson.
Ah, não achamos nenhum souvenir, mas compramos água, chocolates, iogurtes e mais um monte de comida pelo equivalente a U$1,50 que era o preço unitário de cada coisa da loja.
Lições que aprendi com esse episódio
1) Por mais que o nome seja americano, a pronúncia no Japão é diferente.
2) Existem coisas baratas no Japão. Nas lojas Lawson você pode encontrar várias delas.
3) Grande parte dos japoneses pode até não falar inglês, mas nota 10 para a prestatividade deles.