Minha viagem de volta ao mundo
Era uma vez…numa terra dita tropical, uma menina nascida no mês de fevereiro. Considerada diferente por alguns, pra frentex por outros e louca por muitos, ela nunca sossegava. Quando todo mundo queria ir para a Disney, ela queria ir para Nova York. E quando todo mundo queria ir para Nova York, ela queria ir para Sydney. E ela viajou para lugares muito, mas muito distantes…
Bom, vamos parar com a lenga lenga porque isso aqui está longe de ser um conto de fadas. Não há nenhuma princesa envolvida, no máximo algumas bruxas e uns lobos maus e muita, mas muita aventura.
Na verdade, esse post está atrasado. Era para ter sido escrito em janeiro, um mês que costuma – de maneira geral – não ser o melhor mês do ano para mim, afinal é o mês do meu inferno astral.
No entanto, em 2011 as coisas foram um pouco diferentes. Diria até que foi o melhor janeiro da minha vida. O janeiro que passou a dividi-la. O janeiro que definiu os outros janeiros, fevereiros e marços. O janeiro em que eu saí de férias, sem ter muita certeza de quando e se voltaria. O janeiro que abriu meu ano sabático e minha viagem de volta ao mundo. O janeiro que, de certa maneira, me fez encontrar outra Fernanda e, muitas vezes, a Alicia. O janeiro que me transformou no que eu sou hoje. O janeiro que inaugurou esse blog.
Já se passaram 3 anos e ainda é difícil acreditar que eu não estava sonhando. Sim, tudo isso aconteceu. Em algum momento da minha vida, eu tive coragem de ir contra as regras pré-definidas pela sociedade. Ainda lembro, como se fosse hoje, de tudo que me chamaram quando anunciei a minha viagem – louca, impulsiva, extremista e Peter Pan (certamente, o meu “elogio” preferido).
Vinte países, muitas histórias e alguns perrengues depois, ficou apenas uma certeza – enriqueci muito nos últimos 3 anos e não estou falando de dinheiro. Estou falando de experiências e vivências. Minha conta bancária realmente já foi bem melhor, assim como meu salário, porém, pela primeira vez em muitos anos me sinto realizada.
Continuo não recomendando a experiência para qualquer um. Já falei algumas vezes que dinheiro é a parte mais fácil de ser resolvida. O problema é que o vem depois, as dores e as delícias que são onipresentes no caminho. O problema é quando você volta para a realidade e muitas vezes se torna um estranho no ninho. O problema é perceber que a felicidade está sim nas pequenas coisas da vida, mas, muitas vezes, essas pequenas coisas parecem tão melhores longe de onde você está. O problema está nas despedidas. Dar tchau para aquele seu amigo de infância que você havia conhecido há apenas 3 dias. O problema está em perder o que você considerava ser o amor da sua vida, mas que tempos depois descobriu não passar de uma paixonite aguda com duração de 10 dias.
É realmente impossível não mudar depois de uma experiência dessas. E também é impossível não lamentar o término dessa experiência e sonhar com as próximas.
Janeiro já acabou, mas o resto do ano vem por aí trazendo novas esperanças, como por exemplo a de ganhar na loteria e realizar todos os sonhos da vida ou de pelo menos lembrar com carinho de tudo que já foi vivido e torcer para que seja repetido em breve.
Porque na loteria da vida a gente nunca sabe o dia de amanhã e nem se o grande prêmio virá com ele. Então, só nos resta o presente e aquela vontade de viver intensamente como se não houvesse amanhã.