Devo dizer que se há uma palavra que pode definir Giverny é pitoresco! E estou me referindo ao sentido literal da palavra, já que essa pequena vila foi o local escolhido por Monet, pai do impressionismo, para pintar diversos quadros que, hoje, são mundialmente reconhecidos.
Se você estiver de passagem por Paris, é um admirador do impressionismo ou aprecia belíssimas paisagens, não pode deixar de conhecer Giverny! O vilarejo é tão encantador que Monet apaixonou-se pelo local logo que o viu. O pintor inclusive declarou seu amor à essa terra dizendo: “Mon cœur est à Giverny, toujours et toujours” (Meu coração está em Giverny, sempre e sempre).
Ficou curioso para conhecer um pouco mais sobre Giverny? Trago então algumas informações aqui sobre como chegar e o que fazer durante sua passagem por lá!
Conheça Giverny: o vilarejo de Monet
Onde fica Giverny e como chegar
Giverny é uma pequena vila, localizada ao norte da França, a cerca de 75 quilômetros de Paris. O vilarejo é composto por duas ruas maiores e cortado por outras ruas menores.
Apesar de estar relativamente perto de Paris, não há ônibus ou meio de transporte direto que ligue Giverny à capital francesa. O que fazer então?
Uma das opções é você pode pegar um trem que sai da Gare Saint Lazarre (Paris) até a cidade de Vernon. A maioria das passagens para Vernon são com o destino final em Rouen, portanto, quando for procurar a plataforma do trem, verifique qual é a estação final. Tem passagens desde BEM cedo e outras mais tarde. Independente do horário, o lugar estará cheio de turistas. Quanto antes chegar menos pessoas disputarão o lugar na ponte japonesa com você.
Chegando em Vernon, você deve pegar um ônibus especial, que tem seus horários de saída pouco após a chegada do trem na cidade. Você pode consultar os horários do ônibus nesse site: https://www.giverny.fr/en/information/transportation/giverny-schedules-of-buses-vernon-giverny-vernon/.
Outra forma possível de chegar até Giverny é através da contratação de um passeio guiado. Com uma excursão você pode sair tranquilamente de Paris e ainda contar com um guia para te contar todas as curiosidades do local. Eu já fiz alguns passeios na França com a Get your Guide e gostei bastante do serviço oferecido. Em alguns passeios eles oferecem até guia em português, uma ótima opção para nós brasileiros.
O que ver em Giverny
Apesar de pequena, Giverny oferece atrações belíssimas aos seus visitantes. Obviamente, boa parte dessas atrações está relacionada com o pintor francês Claude Monet, que morou no vilarejo de 1883 até à sua morte, em 1926.
Abaixo listo o que você poderá curtir enquanto estiver passando por Giverny, veja.
A casa de Monet
Como mencionamos, Monet mudou-se para Giverny em 1883, com então 43 anos de idade. Inicialmente o pintor alugou uma casa, que acabou comprando em 1890. Monet viveu nessa mesma casa por 43 anos, até falecer, em seu quarto, em 1926.
Ao total viviam na casa, à época, dez pessoas: Monet, sua segunda esposa Alice e oito filhos, sendo dois do primeiro casamento de Monet e seis do primeiro casamento de Alice.
E como é essa casa? Bem, inicialmente, no térreo, há uma antessala, onde os detalhes azuis e marrons se sobressaem. Ali era o local onde Alice lia para os filhos.
A sala de jantar é outro cômodo surpreendente: cores vivas, principalmente o amarelo e alguns detalhes em azul e verde, tornam o ambiente bastante radiante. Na mesa está disposto um jogo de jantar que era usado por Monet e a família em ocasiões especiais.
Logo após a sala de jantar, você tem acesso à cozinha, que é revestida de ladrilhos brancos com tons azuis. Na cozinha há ainda uma lareira, e diversos utensílios de cobre estão dispostos sobre prateleiras.
Ainda no piso térreo é possível visitar a sala que Monet usou como seu primeiro atelier. Após, ele construiu um segundo atelier, em seu jardim. Assim, em 1899, essa sala acabou se tornando em um local onde Monet ia para fumar. No local, atualmente, há uma exposição de reproduções das obras do pintor.
No piso superior é possível ter acesso ao quarto de Monet. Esse aposento possui uma belíssima vista do jardim. Além disso, nas paredes há quadros de seus amigos, também pintores impressionistas.
Dica:
Deixe a casa do Monet por último, mas não deixe de conhecer. Não se pode tirar fotos no interior, mas é possível tirar fotos da janela para eternizar a vista que Monet tinha pelas manhãs. Seu quarto e o de sua esposa, bem como vários outros cômodos foram preservados e mantidos como ele viveu.
Jardins de Monet
Os jardins de Monet, que logicamente fazem parte de sua casa, são na verdade dois grandes jardins: um chamado de Le Clos Normand e outro denominado de Jardin d’Eau.
O jardim Le Clos Normand (algo como O Terreno Normando) possui uma área de aproximadamente um hectare. Ali há flores de ambos os lados de uma extensa alameda central. Foi Monet quem refez completamente seu jardim, retirando algumas espécies de plantas e instalando alguns arcos de metal no decorrer da alameda, para que ali crescessem roseiras e trepadeiras.
Monet tinha duas paixões, na verdade: a pintura e a jardinagem. Tanto que diversas obras suas são retratos de belíssimas partes de seus jardins.
Por sua vez, o Jardin d’Eau (Jardim Aquático), fica em um campo, em frente à casa de Monet, no outro lado da rua. Esse jardim, que tem inspiração japonesa, conta com uma lagoa e uma ponte.
Na lagoa, o pintor colocou nenúfares, a fim de enfeitá-la com flores. Inspirado nisso, em 1899, Monet pintou uma série de quadros chamada “Nenúfares” que, quando expostas fizeram um enorme sucesso.
Dicas:
A entrada custa € 10,50 e é possível comprá-la no site da fundação https://fondation-monet.com/en/practical-informations/#billetterie. Comprando online você evita a grande fila para aquisição do ingresso. Totalmente recomendável. Compre, imprima e leve consigo. Na hora da chegada, desvie da fila e apresente seu ingresso adquirido online. Caso vá com um passeio guiado é provável que a entrada já esteja inclusa no preço do passeio.
É proibido comer dentro da fundação. Portanto, leve bebidas e um lanche. Quando bater a fome, saia e coma por perto. O visitante pode retornar desde que apresente seu ingresso na entrada. Tem um centro de lojinhas e uma lanchonete próximo a fundação.
Comece pela parte que vai tomar mais tempo: a ponte japonesa e a lagoa. O ambiente é lindo e tem bastante gente tentando tirar fotos. Tenha paciência!
Museu do Impressionismo
Próximo à casa e os Jardins de Monet, fica o Museu do Impressionismo. Esse museu foi criado para mostrar a influência dessa corrente artística e sua evolução até à Arte Contemporânea, que tem sido chamada de Pós-impressionismo.
No piso inferior há uma exposição denominada “Autour de Claude Monet“, onde estão as obras do pintor e de alguns outros artistas.
Na parte térrea existe um espaço onde são alocadas as exposições temporárias. Ademais, no museu há uma loja de lembranças, além de um café e um jardim com tulipas. E uma dica: no primeiro domingo do mês a admissão no museu é gratuita!
Endereço: 99 Rue Claude Monet, 27620 Giverny, França
Horário: aberto de 22/03 a 14/07 e de 27/07 a 11/11/19, diariamente, das 10h às 18h.
Ingressos: entre € 3,50 e € 7.
Igreja Sainte Radegonde
A igrejinha é bem modesta e confesso que não é de uma arquitetura tão impressionante, mesmo assim, tem seu charme! Mas, ali ao lado dela, está o cemitério onde foi enterrado Claude Monet.
Então, caso você tenha tempo – e interesse – pode dar uma passadinha por lá. O trajeto pode ser feito a pé mesmo, a partir da casa e dos jardins de Monet.
Endereço: 53 / 55 Rue Claude Monet, 27620 Giverny, França
Museu de Mecânica Natural
Esse museu oferece uma exposição de diversos motores e outras máquinas antigas de todo o mundo. O museu surgiu a partir da família Guillemard, que trabalhava com mecânica. Em 1990, após acumularem diversos motores que esperavam por peças de reposição, a família decidiu abrir o museu!
Um item importante lá exposto é o motor a diesel mais antigo do mundo, datado de 1908 e pensando 28 toneladas!
Endereço: 2 Rue Blanche Hoschede Monet, 27620 Giverny, França
Qual a melhor época do ano para visitar Giverny?
Tratando-se de uma vila rodeada de belezas naturais, principalmente de flores, obviamente que a melhor época para visitar Giverny é na primavera!
É na primavera que os Jardins de Monet estão completamente floridos. Entretanto, o que muitos turistas podem não saber é que o pintor era um gênio também na jardinagem! Para que os jardins estivessem sempre florescendo, Monet cultivava várias espécies diferentes de flores e plantas, que desabrochavam a cada estação.
Assim, podemos dizer que, sim, a primavera é o auge da beleza dos Jardins de Monet. Mas, não se engane caso você não possa ir durante essa estação. Tanto no verão como no outono os jardins continuam belíssimos! E mais: a tendência é que nessas duas estações tenham menos turistas disputando um lugar para boas fotos pelos jardins!
Inclusive, a Fundação Monet (que é quem administra tanto a casa como os jardins) disponibiliza para os turistas um calendário de flores, para que quem for visitar, saiba mais ou menos o que poderá ver por lá! Legal né? Veja alguns exemplos de flores e plantas de acordo com o mês:
• Abril: cerejeiras, margaridas, tulipas, prímula
• Maio: peônias, gerânios, papoula-do-oriente
• Junho: lavanda, rosas, fúcsia
• Julho: cravos, papoula, rosas
• Agosto: lírio, verbena, crisântemo
• Setembro: girassóis, hibisco, camomila
• Outubro: alcea, clematis, dália
Claro que, dependendo do clima, pode haver alterações nas flores de algumas variedades.
E preste atenção: tanto a casa de Monet como os jardins só ficam abertos no período que vai do final de março até o final de outubro! Ou seja: não é possível fazer a visita durante o inverno!
Nesse ano, 2019, a Fundação Claude Monet estará aberta diariamente, de 22 de março a 1º de novembro de 2019, das 9h30 às 18h, sendo que a última admissão será às 17h30.
10 comentários
Manu, sua descrição dos jardins foi tão detalhada que me senti passeando por entre a paisagem. Me imaginei em um quadro de Monet. Apesar de já ter visitado Paris algumas vezes, este é um lugar que ainda preciso conhecer. Seu relato me deixou com mais vontade voltar à França!
Que bom que gostou do relato, Sílvia.
Que coisa mais linda! Fui para Paris e não visitei Giverny, que raiva! ahaha adoro Monet, agora PRECISO voltar pra França e visitar… super fácil chegar com o ônibus especial, obrigada pela dica! amei
Normal sempre faltar alguma coisa para visitar quando vamos para Paris. rs
Amei demais as dicas sobre Giverny. Um dos passeios mais agradáveis para se fazer perto de Paris. A dica para comprar o ingresso para os jardins pela internet é de ouro. Eu fiz isso e evitei uma fila monstro em pleno verão de férias escolares. Passear pela vila também é muito agradável como você bem mostrou.
Sim, as filas para comprar os ingressos em Giverny são terríveis. Compensa comprar antecipadamente mesmo.
Que lindoooo preciso conhecer esses Jardins de Monet. Adorei suas dicas serão aproveitadas
Eu que agradeço a visita.
Adorei essa dica, eu não fui ainda, infelizmente, mas pela sua descrição é maravilhoso.
Eu sou suspeita porque adoro a França e voltaria mil vezes.
Obrigada por compartilhar
Beijos
É um lugar lindo sim.