O que fazer em Mendoza foi a primeira coisa que pesquisei antes de viajar. Localizada no coração da principal região vinícola da Argentina, Mendoza fica aos pés da Cordilheira dos Andes e mistura charme, natureza, vinhos e sabores como poucos lugares no mundo. Com certeza foi um dos lugares mais incríveis que já conheci.
Ainda que seja mundialmente famosa por seus Malbecs, Mendoza vai muito além das degustações. Há opções de passeios pelos Andes, relaxar em águas termais com vista para as montanhas, explorar o centro histórico, almoçar em parrillas autênticas e, certamente, conhecer várias vinícolas.
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O que fazer em Mendoza: atrações históricas e de natureza
Centro de Mendoza e seus encantos urbanos
Sim, vinho é o chamariz de Mendoza, mas recomendo começar a viagem com um passeio pela cidade, que é tão rica em cultura quanto em beleza. Visite o Parque General San Martín, que é o pulmão verde da cidade com mais de 400 hectares de espaço verde, incluindo um jardim zoológico, um lago e o Estádio Malvinas Argentinas.
Não deixe de subir até o Cerro de la Gloria para apreciar uma vista panorâmica da cidade e das montanhas ao redor. Posto que estamos falando de Argentina, é hora de apreciar as carnes. Reserve espaço para um almoço no centro em uma das tantas parrillas (o ojo de bife é incrível).
Depois, explore as ruas e praças de Mendoza, como a Plaza Independencia, que é cercada por cafés, feirinhas e lojas. Visite também o Museu Fundacional, onde é possível ver ruínas arqueológicas e aprender sobre a história da cidade.
Para encerrar o dia, considere visitar um dos cassinos da cidade, mesmo que só para saber como é um cassino por dentro. Há cassinos dentro do Hotel Sheraton e Park Hyatt, por exemplo.
Aliás, falando em hotéis de luxo: se você viajar durante o verão, considere um day use no hotel para aproveitar as piscinas e, até mesmo, pacotes de spa day. Fiz isso no Park Hyatt.
O que fazer em Mendoza: Aventura no Aconcágua
Outro passeio fora da rota das vinícolas envolve natureza: uma visita ao Parque Provincial Aconcágua, lar do majestoso Aconcágua, o pico mais alto das Américas, com 6.959 metros de altura. Esse passeio eu não fiz porque de Mendoza fui para o Chile explorar destinos de natureza, mas para quem vai apenas para Mendoza acredito que seja uma opção bem interessante.
Minha irmã foi até o Aconcágua e adorou o passeio. A viagem até o parque dura aproximadamente duas horas e atravessa paisagens lindas que passam por pequenas vilas e vinhedos até chegar à região mais árida e montanhosa.
Para quem gosta de trilhas é possível fazer algumas no Aconcágua. Uma das caminhadas mais populares e acessíveis é a que leva à Laguna de los Horcones. No entanto, para aqueles que buscam um desafio maior, a trilha até a Base do Aconcágua, conhecida como Confluencia, é uma excelente escolha.
Roteiro pelas vinícolas de Mendoza
O que fazer em Mendoza: Valle de Uco: Malbec e as montanhas
Só para ilustrar, há mais de 1200 vinícolas em Mendoza e umas 130 recebem turistas. Ou seja, é impossível visitar todas durante a sua viagem. Portanto, minha dica é selecionar previamente quais deseja visitar considerando a sua preferência pessoal de vinhos e também a sua disponibilidade financeira. Trago verdades: não é barato.
A região do Valle del Uco é considerada uma das mais importantes da Argentina quando o assunto é vinho de altitude. As paisagens são inegavelmente lindas com vinhas que se estendem até os pés da Cordilheira dos Andes.
As vinícolas (ou bodegas) da região oferecem experiências completas: degustações guiadas, passeios pelas plantações, harmonizações gastronômicas e até exposições de arte. Fui até a Bodega Salentein, que além dos ótimos vinhos ainda tem um restaurante incrível. Almoçar ali, com pratos harmonizados e vista para as montanhas, foi uma das melhores experiências enoturísticas que já vivi.
Como visitar vinícolas em Mendoza?
Eu não recomendo o aluguel de carro porque beber e dirigir nunca é uma boa opção. Em vez disso, opte por:
– Transfer privado: ideal para quem está viajando em grupo, está com o orçamento mais folgado e busca conforto e liberdade de horários. Peça para a agência/motorista fazer as reservas das vinícolas previamente.
– Bus Vitivinícola: descobri essa opção após muitas pesquisas porque não é muito popular entre os brasileiros. É é a opção mais econômica, com saídas diárias (cada dia da semana explora uma região vinícola) e está com tarifa fixa até dezembro de 2025. Além disso, ele permite visitar diversas bodegas num mesmo dia (também com preço fixo de entrada já negociado), com total segurança.
⚠️ É fundamental reservar com antecedência, especialmente na alta temporada.
O preço em junho/25 do ônibus para esse roteiro é de AR$65.500 (mais ou menos US$55,00). Não inclui o valor de entrada das vinícolas. A saber: quando eu fui, a conversão estava bem melhor. Fiz diversas cotações com transfers privados e o valor do carro ficava em US$100,00 versus US$30,00 do ônibus. Infelizmente, agora, a Argentina está bem cara.
A desvantagem do ônibus é que você fica preso aos roteiros fixos e as vinícolas que eles visitam.
O Camino del Vino Valle del Uco é o passeio de domingo do Bus Vitivinícola. Eu visitei as seguintes bodegas: Andeluna, Salentein e Domain Bousquet.
Rota do vinho na Argentina: Maipú: vinícolas, azeites e charme rústico
Maipú foi a primeira região produtora de vinhos na província de Mendoza, e algumas das bodegas mais antigas da Argentina estão por lá. E não são só os vinhos que fazem Maipú especial. A região é também conhecida pela produção de azeite de oliva extra virgem.
Sendo bem honesta, as vinícolas mais bonitas e com os vinhos mais renomados não ficam nessa região. Sugiro um passeio por Maipú para quem realmente quer uma parte mais teórica e contextual sobre o processo de produção dos vinhos.
Visitei a Bodega Santa Julia da Familia Zuccardi que apesar de estar hoje com sua sede principal no Valle de Uco, mantém raízes fortes em Maipú e a Bodega La Rural e Museu do Vinho Felipe Rutini.
O Camino del Vino Valle y Olivos é o passeio de segunda-feira do Bus Vitivinícola. Uma vez que esse é um passeio que você pode escolher entre dia inteiro, só manhã ou só tarde, optei pelo passeio de tarde.
O preço em junho/25 do ônibus para esse roteiro é de AR$51.100 (dia inteiro) ou AR$44.500 (manhã ou tarde). Não inclui o valor de entrada das vinícolas.
O que fazer em Mendoza: Luján de Cuyo: a terra do Malbec
Considerada o berço do Malbec na Argentina, Luján de Cuyo abriga algumas das vinícolas mais prestigiadas do país. Inegavelmente é o clima seco, combinado à altitude ideal que faz com que as uvas desenvolvam uma intensidade única.
A saber: algumas ótimas sugestões de vinícolas em Luján de Cuyo: Bodega El Enemigo Vigil, Catena Zapata, Norton, Chandon, Belasco de Baquedano, Septima, Cruzat, Penedo Borges.
Eu visitei as seguintes vinícolas: Bodega Casa El Enemigo Vigil, Bodega Bressia. Almocei na Bodega Penedo Borges e finalizei o dia com degustações de espumantes na Bodega Cruzat.
O Camino del Vino El Sol é o passeio de terça-feira do Bus Vitivinícola. Uma vez que esse é um passeio que você pode escolher entre dia inteiro, só manhã ou só tarde, optei pelo passeio de tarde.
O preço em junho/25 do ônibus para esse roteiro é de AR$51.100 (dia inteiro) ou AR$44.500 (manhã ou tarde). Não inclui o valor de entrada das vinícolas.
Quanto custa visitar vinícolas na Argentina
Uma das perguntas que mais me fizeram foi: quanto custa visitar vinícolas em Mendoza? Bom, tudo depende. A experiência pode variar bastante de preço, dependendo da vinícola escolhida, do tipo de degustação e do transporte até o local.
Como eu já disse, a Argentina encareceu bastante. E, em Mendoza, principalmente, os preços das vinícolas já sã dolarizados. Em média, as visitas guiadas com degustação simples nas vinícolas custam a partir de US$15 a US$30 por pessoa. Já experiências mais completas, com almoço harmonizado e vinhos premium, podem passar dos US$100.
Além disso, é importante considerar o custo do transporte até as vinícolas. Como já comentei, não recomendo alugar carro, já que beber e dirigir não combinam. No meu caso, optei pelo Bus Vitivinícola, uma opção mais barata. A saber: em junho/25 o custo do transporte para uma pessoa fica em AR$44.500 e AR$65.500 (aproximadamente US$40 a US$60, dependendo da rota e duração). Os transfers privados são mais caros, mas compensam se estiver em grupo.
