Viagem para o Atacama: dicas

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Se você pretende fazer uma viagem para o Atacama seguem algumas dicas para auxiliar no seu planejamento. Saiba que a viagem é inevitavelmente rústica, mas quanto mais preparado você estiver menos problemas irá ter durante a sua viagem.

A saber: o Atacama é o deserto mais alto do mundo, então estar preparado para as oscilações de temperatura é primordial para aproveitar bem a viagem.

Onde fica o deserto do Atacama

O deserto do Atacama fica no extremo norte do Chile. Muita gente acaba emendando a viagem e conhecendo também a parte do deserto da Bolívia (eu fui para a Bolívia em 2013 e o Salar de Uyuni é realmente maravilhoso).

Viagem para o Atacama: como chegar

Diria que o jeito mais fácil (por causa da oferta de voos) é ir do Brasil para Santiago e de lá para Calama (com outro voo).

Minha sugestão caso não queira incluir Santiago no roteiro: se o preço estiver convidativo, já tente emitir uma passagem do Brasil para Calama com uma conexão curta em Santiago (a Latam vende, por exemplo).

Todavia como muitos brasileiros também incluem Santiago no roteiro, acabam dividindo os voos em dias diferentes. Foi o que fiz, visto que não consegui um voo no mesmo dia para Calama. Acabei comprando um voo para outro dia com a Sky Airline (low cost do Chile).

Como ir de Calama para San Pedro de Atacama

Chegando em Calama, você precisa pegar um transfer até San Pedro de Atacama. Se seu voo chegar ao longo do dia não precisa fazer reserva com antecedência.

Há algumas empresas lá mesmo no aeroporto que oferecem o serviço de transfer compartilhado. O valor de ida e volta fica 25.800 pesos chilenos (tem um descontinho se comprar os dois juntos). Preço de fev/24.

Eu peguei o transfer da TransVip. Já deixei agendado lá no aeroporto o transfer da volta. Eles passam em San Pedro de Atacama umas 3 horas e meia/4 horas antes do seu voo.

A estrada é tranquila e o trajeto dura mais ou menos 1 hora e meia.

Gostei bastante da TransVip porque eles enviam por email a localização em tempo real do motorista, então você pode acompanhar quando a van está próxima. Aceitam pagamento em dinheiro (pesos chilenos) e cartão. Convém pagar no Wise que é um cartão multimoeda.

Viagem para o Atacama: documentação e vacinas

Para viajar para o Chile, basta o RG, desde que emitido há no máximo 10 anos e esteja em bom estado de conservação. Eu prefiro viajar com o passaporte (adoro os carimbos), mas de fato o RG é suficiente.

Viagem para o Atacama: melhor época para ir

Como eu já disse lá no início, o Atacama é o deserto mais alto do mundo. Idealmente, eu escolheria os períodos do ano mais amenos para visitar a região: os meses da primavera e do outono.

No verão, o calor é insuportável e chove. Estive lá no final de março e choveu todos os dias de tarde. E, como o vilarejo não tem estrutura, se chove muito alaga tudo.

Agora se você não se importa com o frio, os meses de inverno também são uma boa pedida, principalmente em termos de belezas naturais. As montanhas ficam bem nevadas. Mas se agasalhe de forma apropriada.

Viagem para o Atacama: o que levar na mala

É primordial levar na mala: protetor solar, protetor labial, hidratante para as mãos e corpo, boné e óculos de sol. Além disso, nariz e olhos costumam ficar super secos. Assim sendo, recomendo levar também aqueles soros para o nariz (meu nariz sangrou todos os dias) e um bom colírio.

E já que passamos praticamente o dia inteiro nos passeios, uma mochila também é essencial. Leve uma mochila que comporte os itens citados acima + uma garrafa de água e + um corta-vento.

Como a temperatura oscila muito ao longo do dia, inevitavelmente, temos que nos vestir daquele jeito “cebolão”: em camadas.

Leia aqui todas as dicas para arrumar a sua mala para o Atacama.

Viagem para o Atacama: onde ficar

Aqui vale a máxima: quanto mais perto da Rua Caracoles, melhor. Afinal é na Caracoles que tudo acontece em San Pedro do Atacama.

Fiquei em um hostal (seria o equivalente a uma pousada) que ficava a menos de 1 minuto a pé da Rua Caracoles e a uns 5 minutos a pé lá do ponto em que as vans deixam os turistas após os passeios. A localização dele é realmente incrível. Tudo muito simples, mas limpíssimo. Atendeu muito bem as minhas expectativas, visto que basicamente só usava o hotel para tomar banho e dormir. A ducha era muito boa, água quente (item essencial no Atacama) e a cama box super confortável. O nome é Hostal Purilackti (RESERVE AQUI). A pousada tem poucos quartos, então é bom reservar com antecedência.

No entanto se você está com o orçamento mais folgado e quer um pouco mais de conforto, seguem algumas boas opções: Ickota B&B (RESERVE AQUI); Hotel Jardim Atacama (RESERVE AQUI); Hotel Poblado Kimal (RESERVE AQUI); Hotel Kimal (RESERVE AQUI).

Quantos dias ficar no Atacama

Eu sempre acho muito complicado opinar em relação aos dias porque cada um tem seu ritmo e cada um sabe o que pode fazer com seus dias de folga.

Procurando na internet, é provável que você encontre frases do tipo “precisa de pelo menos 5 dias”, “idealmente 7 dias” e por aí vai. Conheci uns brasileiros que chegaram a desabafar que quase não foram para o Atacama porque tinham apenas 3 dias inteiros disponíveis.

A verdade é que muitos passeios parecem ter sido criados para fazer o pessoal ficar mais tempo no vilarejo. Sabe como? Quando você olha o portfólio dos passeios, você realmente pensa: puxa, não vai dar tempo de fazer tudo. Portanto, a minha dica é: priorize aquilo que você realmente considera imperdível.

No meu caso, eu tinha apenas 2 passeios na lista dos imperdíveis: Piedras Rojas e Lagunas Altiplânicas e o Tour Astronômico. No roteiro original ainda tinham os seguintes passeios: Valle de la Luna, Valle del arco-íris (esse foi substituído), Rota dos Salares e Lagunas Escondidas de Baltinache.

Na minha primeira viagem ao Atacama, eu acabei trocando o Valle del arco-íris pelo passeio dos Geysers. Na segunda vez que estive no deserto (fev/24) acabei conhecendo o Valle del arco-íris e gostei bastante.

Agora na minha lista de imperdíveis eu colocaria esses 4 passeios: Piedras Rojas e Lagunas Altiplânicas, Tour Astronômico, Rota dos Salares, Geysers del Tatio, Termas Puritama e Vallecito.

Não que eu não tenha gostado do Valle de la Luna, das Lagunas Escondidas de Baltinache e da Laguna Cejar, mas de tudo que vi por lá, o que mais me chamou a atenção foram os passeios que listei como imperdíveis.

Viagem para o Atacama: passeios

Sendo bem honesta, se você não for na alta temporada dá para reservar tudo lá em San Pedro mesmo e ainda garantir um desconto comprando vários passeios com as agências locais.

Na prática, os passeios “normais” são quase iguais. Coloquei – normais – entre aspas porque estou me referindo aos passeios convencionais, com vans compartilhadas. Algumas agências no Atacama trabalham com passeios privativos e/ou luxuosos e oferecem vários mimos para os clientes. Eu cheguei a cotar os passeios em uma dessas agências que oferece roupão na saída das termas e o valor era 5 vezes mais caro do que paguei em uma agência regular. Isso no passeio coletivo, tá? Achei que não valia a diferença de preço.

Na minha primeira viagem para o Atacama (março/23) eu fechei todos os passeios antes de viajar e com um intermediador aqui do Brasil. Deu tudo certo e fui bem atendida, mas custou muito mais caro do que fechar tudo diretamente lá em San Pedro.

Na prática, como fiz quase todos os passeios com a agência local Feel Atacama teria sido melhor fechar direto com eles lá no vilarejo.

A dica de ouro é negociar o máximo de passeios com a mesma agência e negociar o pagamento em pesos chilenos. Sai muito mais em conta do que ficar pagando em reais via pix para esses intermediadores do Brasil.

Tirando uma guia que foi um pouco grossa e uma van que definitivamente está precisando de uma reforma nos bancos, diria que a agência me atendeu super bem.

Os passeios saíram no horário, visitamos todos os pontos que estavam no roteiro, a comida era muito gostosa.

Atacama: quanto levar em dinheiro, onde fazer o câmbio, chip de celular

Primeiramente gostaria de deixar claro que muita gente fala portunhol e até mesmo português em San Pedro de Atacama porque tem muitos turistas brasileiros por lá. Isso significa que você pode levar reais mesmo para fazer o câmbio para pesos chilenos.

Na rua Toconao há várias casas de câmbio. Na prática são lojas diversas que também oferecem o serviço de câmbio. Entre em todas e compare.

A saber: o câmbio em Santiago (na Calle Agustinas ou na Pedro de Valdívia) é bem melhor que em San Pedro de Atacama, então se passar em Santiago antes de ir para o deserto, troque uma parte do dinheiro lá.

Importante: basicamente todos os restaurantes e mercadinhos de San Pedro aceitam cartão. Verifique se o seu hotel aceita pagamento em cartão. Se aceitar, é melhor pagar no cartão de crédito porque você fica livre do imposto de 19% das hospedagens.

Uma vez que a cotação da Wise (cartão inteligente multimoeda) também é boa, vale a pena utilizar esse cartão por lá também.

Se você ainda não tem conta na Wise, crie a sua e não pague a tarifa de envio na primeira transferência de até R$ 3.000,00. Clique aqui para fazer a sua conta.

Em relação ao chip de celular: tenho optado por comprar e-sim porque é muito prático. Compro no app Airalo (ganhe U$3 de desconto na sua primeira compra) e instalo com o QR Code assim que chego no destino. Fiz isso no Chile e a internet funcionou muito bem tanto em Santiago como no Atacama.