Durante minhas viagens, sempre carrego comigo um moleskine e vou anotando minhas impressões sobre os lugares. Além das dicas práticas que geralmente viram posts aqui no blog, também anoto o que senti, quem conheci, o que mais me marcou. Tenho feito isso há anos. Como agora estou trabalhando em um grande projeto com esse foco, resolvi liberar uns textos por aqui, afinal o que realmente fica das nossas viagens são nossas recordações. Vou começar com Berlim.
Parece que foi ontem, mas já faz nove anos que estive por aqui. Impressionante como certas coisas não mudaram. Consigo lembrar com detalhes desta rodoviária. A Laura (minha amiga dos tempos de Portugal) estava aqui me esperando. Fomos de ônibus para o apartamento dela, no lado oriental da cidade. Bom, hoje não existe mais lado ocidental e oriental. Berlim é uma só, mas continua sendo chocante pensar que a cidade foi dividida durante muitos anos por um muro. Falando em muro, obviamente voltei na East Side Gallery. Tirei a mesma foto nove anos depois.
Lembro que em 2006 tinha ficado um pouco chocada com os punks nas ruas. Eu culpo a Christiane F. por vários de meus choques na época. Agora, em 2015, não vi tantos. Talvez tenha sido meu olhar que mudou. Depois de tantos anos trabalhando com marketing e tentando desvendar as tribos “target” para as campanhas, percebo que Berlim é a cidade mais trendsetter que conheço. Conheço muita gente que iria surtar com a liberalidade desta cidade.
Estou surtando mesmo com as aulas de História ao ar-livre. Não importa para onde você vá, é impossível fugir dela. E olha que nem sou muito chegada em museus e aqui fiz questão de ir em alguns. É impossível não parar e refletir um pouco sobre: o quão podre a humanidade pode ser e o quanto nossos problemas são pequenos perto de outros.
Berlim foi minha sobremesa na Eurotrip 2015. O melhor ficou para o final. Foram dias intensos e ensolarados. Tive a oportunidade de assistir a festa do dia do trabalhador no Portão de Brandemburgo (um dos pontos altos da viagem), vi um festival de tulipas que me deixou enlouquecida, experimentei comidas e bebidas maravilhosas (apenas amor pelas cervejas alemãs) e aprendi muito. O que Berlim me ensinou é que cada história tem pelo menos três versões: a de um lado, a do outro e a história verdadeira.
Veja todas as atrações de Berlim
4 comentários
Fernanda, que legal o seu relato! Lembro do outro, em que você dizia justamente que tinha ficado meio “assustada” com o lado dark, com uma impressão não tão boa. E é legal isso mudar! Apesar de eu não ser tao viajada como você, Berlin segue sendo minha cidade favorita no mundo. Amo de paixão, e adoro ler relatos de que foi, só pra matar a saudade. Estive por lá no inverno e na primavera, e estou doidinha para conhecer o verão deles. Bjs
Na verdade, a imagem dark era coisa do filme Christiane F. Também estou louca para voltar no verão.
Ahhhh Berlin.. Minha cidade do coração <3
Ela é ótima no verão, mil atividades, mas para mim nada como estar nela no outono/inverno.
Eu quero voltar no verão, mas acho que deve ficar linda no outono também.