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O que você quer ser quando crescer?

por Fernanda

Quem nunca escutou essa pergunta quando era criança e/ou adolescente? Eu sempre tinha uma resposta na ponta da língua: advogada. Isso obviamente depois de ter passado a fase em que eu queria ser cabeleireira, bailarina ou aeromoça. Depois de algum tempo, fiquei em dúvida e queria ser jornalista, mais precisamente uma correspondente internacional.

Infelizmente, eu tinha 16 anos quando fiz vestibular (sim, sempre estive 1 ano adiantada, porque sou de fevereiro e fui direto para o antigo “pré” com 5 anos). Maturidade não era meu forte na época. Fiz vestibular para Direito e reprovei logo de cara. A sorte (ou azar) é que atirei para tudo que é lado e acabei passando em Administração. Não demorou muito para eu perceber que a escolha não tinha sido adequada. Então, como toda pessoa madura após 1 ano de faculdade (só que não), eu fiz outro vestibular para Publicidade. E por que não Jornalismo? Pois é. Acreditem se puderem, mas alguém me falou que era difícil conseguir estágio na área e na época eu precisava de dinheiro.

E foi assim, com decisões super sábias e maduras (só que não) que eu perdi 4 anos da minha vida fazendo Publicidade. Antes tivesse escutado meus pais e insistido no Direito. Não estou mencionando o Jornalismo, porque de uma forma bem torta ele acabou entrando na minha vida.

Todo esse blá blá blá era para dizer que nunca sonhei em ser blogueira. Adoraria (de verdade) viver 100% do blog (quem sabe em breve), mas a verdade é que a tal profissão blogueira poderia ser encaixada naquelas tirinhas: como minha mãe pensa que é, como meus amigos pensam que é, como realmente é.

E eu digo: é uma vida sem glamour, ao menos para os blogueiros de viagens. Confesso que já me diverti mais sem me preocupar em fotografar o quarto que eu estava dormindo. Já comi melhor sem precisar fotografar o prato da comida e já vivi menos estressada sem dar uma conferida diária no Google Analytics.

Mas não existe almoço grátis. O Preciso Viajar deixou de ser um hobby e faz tempo. O que muita gente não entende é que dá trabalho fazer um blog e por mais que ele dê um retorno financeiro, há uma pessoa com sentimentos por trás dele.

“Nem li todos os comentários, mas gostaria de saber se você pode me responder essa dúvida”. Aí você vê que a dúvida já está respondida no próprio post que a pessoa foi incapaz de ler. “Oi, tudo bem! Parabéns pelo blog. Estou pensando em ir para o destino X e tenho Y dias. O que você recomenda, quanto tenho de levar de dinheiro, onde devo ficar, etc e etc.?”. Ah, o parabéns pelo blog. Um clássico! A pessoa sequer se deu o trabalho de ler os mais de 40 posts de determinado destino. E olha que tem post bastante didático, só falta desenhar. E o meu favorito é o “seu blog é muito bom, mas esperava dicas mais práticas, é muita experiência pessoal que sinceramente não é o que eu procuro”. Oi? Mas não é exatamente esse o objetivo de um blog?

Já tive mais paciência, mas hoje ela se esgota no meu trabalho (o meu outro trabalho). Tem dias que tenho vontade de fechar as caixas de comentários. Tem dias que tenho vontade de fechar o blog.

O mais engraçado é que em um desses dias de fúria, estava conversando com minha massagista e ela me disse que a filha tinha ficado encantada porque ela tinha uma cliente que era blogueira. Ela disse que a menina pediu várias dicas, disse que é esse o caminho que quer seguir na vida. Eu até dei risada, mas disse: fala para ela continuar estudando.

Se hoje eu pudesse responder o que queria ser quando crescesse, só diria: feliz!

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27 comentários

juliana 23 de outubro de 2014 - 22:35

Fer, “parabéns pelo blog”! Vou passar uma semana em Miami.. Recomenda algo?? Kkkk Eu me respondo: leia o blog e também tem aquela ferramenta nova e excelente chamada… Google!!!! Brincadeiras a parte.. Minha resposta é a mesma que a sua.. Ser feliz! A gente passa muito tempo tentando ser aquilo que esperam de nós, quando na verdade o que realmente importa é vc mesmo e suas próprias vontades. Enfim.. Eu adoro mesmo o blog!! De coração! Muito do que vc escreve eu tb sinto! E saber que tem mais gente por ae tentando ser feliz, faz com que eu não me sinta um ET por gostar mais de comprar uma passagem que um par de sapatos!!! ^^

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Fernanda 24 de outubro de 2014 - 17:07

hahaha. O parabéns é um clássico.

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Aline 23 de outubro de 2014 - 22:37

hahahaha entendo sua frustração!! Já nem considero mais a pessoa que não lê o post um problema. Problema mesmo são aquelas que deixam a mensagem: “Legal! Me segue que eu te sigo de volta!!” hahaha Já tive vontade de responder: “precisa não fofinha!” Mas prefiro simplesmente ignorar.
E se te deixa mais feliz, seu blog é muito bom! Sim, esta é a opinião de uma leitora que REALMENTE lê seus posts e que se diverte e imagina as situações que deram origem a eles. Beijão!

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Fernanda 24 de outubro de 2014 - 17:07

putz! fazem isso direto no meu instagram. Eu só ignoro. rs

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Thaís Freitas 24 de outubro de 2014 - 02:39

Ótima reflexão! Também sou blogueira de viagem (e jornalista por profissão) e de vez em quando me vejo no meio de todas essas dúvidas entre seguir ou não com o blog e o fato de que as viagens eram mais divertidas quando não era preciso fotografar tudo ou apurar o máximo possível de informações. Mas faz parte do jogo, né, no fim das contas ainda vale a pena ver que as pessoas se inspiram com as viagens e curtem as nossas dicas. 🙂

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Fernanda 24 de outubro de 2014 - 17:07

Sim, faz parte e eu gosto (não nego).

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Jorge 24 de outubro de 2014 - 09:37

Eu queria ser RAMBO, ROBOCOP e nos tempos livres dar uma ajudinha ao SuperMan e ao BATMAN, mas não encontrei vestibular apropriado.

Ah e tal … aquele momento em que tudo na vida parece (só que não) estar errado.

😉

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Fernanda 24 de outubro de 2014 - 17:06

hahahaha. Ri demais!

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Guilherme Camello 24 de outubro de 2014 - 11:25

Muito bom o post. Aliás concordo e acho fantastico a forma como escreve todos os 40 posts de destinos mencionados, rsrs.

Com isso aproveito aqui também para deixar o meu texto sobre “O que você quer ser quando crescer”…

http://sentidonovo.wordpress.com/2014/08/27/o-que-voce-quer-ser-quando-crescer/

Acredito que possamos ter essa resposta mesmo.

Apenas SER FELIZ.

Parabéns mais uma vez.

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Fabi 27 de outubro de 2014 - 17:24

Sensacional!!!!!

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Gabi 28 de outubro de 2014 - 09:30

Quando era criança, eu dizia que queria ser dentista. Enfim, virei advogada, rs. Estou longe de amar o que eu faço, mas aprendi a focar nas partes legais e estou ampliando meus conhecimentos, estudo um pouco de outras áreas. Fico com a impressão que plenamente feliz e satisfeita, só se ganhasse na megasena mesmo, hahaha.
Eu adoro o blog, sempre entro pra dar aquela desopilada no momento preguiça do dia – ler sobre viagens faz a gente lembrar que as férias estão sempre a caminho. Nem imagino o bode que deve dar com esses preguiçosos.. mas keep going! Sua profissão não é blogueira, mas vc é muito boa nisso 😉

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Fernanda 30 de outubro de 2014 - 17:18

eu tb…só se ganhasse na mega. hahahaha

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Weligton 31 de outubro de 2014 - 14:01

Fernanda.
Primeiramente parabéns pelo blog.

Meados de 2013, foi quando através da leitura de seu blog e do 360 meridianos, que recebi o incentivo necessário para iniciar meu pré-planejamento para uma possível volta ao mundo.

Eis que, após pouco mais de um ano, tomei a decisão de abandonar minha carreira e me empreitar nessa jornada.
Que já tem data de partida: 20/02/2015 e retorno para antes do Natal.
Mais um curitibano irá se aventurar nesse mundão.

A fase que estou agora não é das mais divertidas: planejamento, vacinas, médicos, dentistas, apoio bancário, além de tudo isso definir os destinos e o tempo em cada lugar não é das tarefas mais fáceis.

Confesso, que voltei lendo seu blog desde o início novamente. E agora com um olhar bem mais criterioso, buscando algumas dicas que se encontram nas entrelinhas.

Queria parabenizá-la pelo excelente trabalho e dizer, que eventualmente, vou lançar uma perguntinha em um post aqui e outro acolá.

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Fernanda 31 de outubro de 2014 - 19:05

Obrigada e é só perguntar. Que bom que irá fazer sua volta ao mundo. Oremos para que o dólar baixe.

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Silze 6 de novembro de 2014 - 23:36

Fernanda, eu digo com muiiita propriedade PARABÉNS PELO BLOG, é lindo de viver!!! Já li muita coisa, muitas histórias e qse me sinto nelas (tamanha a vontade de vivê-las tbm), olha se vc vai ler ou não esse comentário… não sei, só sei que preciso agradecer. Mudei uma viagem inteira lendo seu blog, explico: eu já tinha tudo reservado hotéis etc etc e com as dicas daqui cancelei tudo e e fiz novas reservas em hostels ótimos que vc indicou isso possibilitou eu aumentar 5 dias na minha viagem 🙂

Parabéns e seja feliz!!! 🙂

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Fernanda 9 de novembro de 2014 - 10:57

Oi, Silze! Muito legal ler isso. Fico feliz que eu tenha te ajudado a esticar a viagem em mais 5 dias. 🙂
Para onde você foi?

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Luan moutinho 8 de novembro de 2014 - 00:19

Que texto lindo! Primeira vez aqui pelo “preciso viajar” e de cara ja me apaixono por esse texo rs.
Li o texto todo, gostei muito! Meus parabéns. Gostei demais desse final “Se hoje eu pudesse responder o que queria ser quando crescesse, só diria: feliz”

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Fernanda 9 de novembro de 2014 - 10:56

Obrigada, Luan!

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Filipe Morato Gomes 12 de novembro de 2014 - 20:04

Curioso este seu post, Fernanda. Há uns tempos, escrevi uma crónica entitulada Viajar para ser feliz que tem tudo a ver com este seu desabafo. Grande abraço desde Portugal e, claro, seja muito feliz!

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Edna 21 de novembro de 2014 - 13:33

Eu não vou te dar parabéns pq acho que fiz isso no primeiro comentário q deixei aqui, há mais de um ano atrás, quando comecei a planejar minha primeira viajem.
Nem sou muito de comentar (a velha desculpa da falta de tempo) mas o título do post logo de cara me chamou atenção.

Sabe, eu nem lembro mais o que eu queria ser quando crescer (qdo eu era criança). Só lembro de quando eu decidi que queria ser jornalista. Mas acabei cursando administração, e perdendo 4 anos da minha vida com algo que não gostava, mas que era mais facil para entrar no mercado e todo aquele bla bla bla… enfim, fui viver uma vida que não era a que eu queria, até o corpo e a mente começarem a reclamar, e me fazerem refletir se aquela era a vida que eu queria pra mim. E a resposta não foi das melhores.

Enfim, voltei a estudar, passei no vestibular pra Jornalismo, na faculdade que sempre quis (federal), contra todos que dizem que essa é uma profissão que “não dá dinheiro” e comecei a pensar na possibilidade de realizar o sonho de uma volta ao mundo. O que, se tudo der certo, vai acontecer daqui uns 3 anos e deve durar pelo menos 1 ano. E estou buscando as coisas que me fazem realmente feliz.

Desculpa o testamento (já deu pra perceber que eu amo escrever né), mas além disso eu queria te agradecer – não sei se já fiz isso – por todos os posts com dicas, principalmente os sobre o Peru, que ajudaram muito no planejamento da minha viagem. Fui pra lá em Março desse ano, sozinha. E deu tudo certo 🙂

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Fernanda 24 de novembro de 2014 - 19:48

Que bom ler isso, Edna! Muito feliz.

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Marco 25 de novembro de 2016 - 22:03

Fernanda preciso de um conselho seu e procurei exatamente este post, pois achei o mais adequado. Eu tenho 16 anos (também sou adiantado, rs) e vou começar a faculdade de Direito ano que vem tendo convicção de que é no que quero me formar. Mas ainda não sei o que fazer após terminar o curso. Já pensei em tentar ser Diplomata – por morar no exterior – mas desisti porque ficam te mudando de 3 em 3 anos praticamente. Agora estou dividido entre tentar a magistratura ou ir embora do Brasil e provavelmente mudar de carreira. Peço que se coloque na minha situação e me diga o que você faria se estivesse no meu caso, considerando as atuais condições do país e do mundo. Obrigado!!

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Fernanda 30 de novembro de 2016 - 07:55

Eu queria ter feito direito, não fiz e até hoje me arrependo. Se é seu sonho de vida, vá em frente. Tenho um amigo formado em Direito que trabalhou anos na ONU. Há outras possibilidades sem ser diplomata.

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Bruna 30 de novembro de 2016 - 19:11

Fernanda estou querendo ir embora do Brasil. Tenho cidadania francesa e sou fluente em inglês, espanhol e francês. Considerando a atual situação da Europa, você, como cidadã europeia, arriscaria voltar pra lá? Estou precisando de um “norte” e gosto muito das suas opiniões, pois te acho uma pessoa muito centrada. Obrigada 🙂

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Fernanda 1 de dezembro de 2016 - 09:24

Tudo depende da sua área de trabalho, da sua situação aqui, do que está disposta a fazer lá, que país quer morar, etc. Bom, eu amo a Europa e ainda penso em voltar para lá.

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Bruna 1 de dezembro de 2016 - 18:46

Olha, minha situação aqui não é das melhores. Meu salário gira em torno de 3000 reais (para tudo, incluindo aluguel). Eu sou formada em Ciências Contábeis, mas estou disposta a mudar de área se preciso. Gostaria de ir para qualquer país do qual sei falar o idioma, como França, Espanha, Reino Unido, Irlanda, etc.
Agora criando uma situação hipotética: Se você ganhasse uns 35000 por mês ainda arriscaria voltar? Pela segurança, organização, etc…

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Fernanda 1 de dezembro de 2016 - 20:16

Se eu ganhasse R$35 mil por mês, não sei te dizer. É muito dinheiro. Mas é o tipo de coisa que não posso nem pensar porque estou longe, mas muito longe de ganhar isso.
Eu acho que ciências contábeis tem bastante empregabilidade. Tenho uma amiga que só não conseguiu trabalhar com isso na Irlanda porque não tem cidadania europeia. Ela recebeu bastante oferta, até fez um curso lá. Dê uma sondada nos sites de empregos, comece a mandar CV. Vai que algo dá certo.

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