Dedicado a todos aqueles que sonham fazer uma volta ao mundo
Foi na Tailândia que conheci a pessoa que viria a mudar minha vida – Pam Phillips, uma americana dando uma volta ao mundo. Era o meu primeiro encontro com alguém real que estava realizando o que, até então, era um sonho muito distante para mim. Decidi que faria a mesma coisa quando ela revelou a quantia necessária: US$ 15 mil. Voltei daquelas férias e iniciei o meu plano de ano sabático.
Fiquei um ano juntando dinheiro e foquei o roteiro em lugares que seriam difíceis de desbravar em férias de 30 dias, o que me levou a priorizar a Ásia e a Oceania. Saí do meu emprego, vendi o carro e parti para a maior aventura da minha vida.
Volta ao mundo: uma breve reflexão
Foram vinte países, centenas de cidades e alguns perrengues. Minha conta bancária já foi realmente melhor, mas enriqueci de tantas outras formas durante a jornada… As aulas de história e os mapas de geografia, por exemplo, se materializavam na minha frente, assim como a certeza de que a vida é curta demais para nascermos e morrermos no mesmo lugar.
Não consigo nem descrever a sensação de caminhar pela Muralha da China, ver o nascer do sol nos templos do Camboja, acampar num deserto na Jordânia e ser presenteada com uma chuva de estrelas cadentes ou então de conhecer a praia onde foi gravado o filme Lagoa Azul, filme que fez parte da minha adolescência. Tudo isso sem pressa. O tempo não era mais um inimigo. Tinha se tornado um aliado.
Dar uma volta ao mundo não é impossível. E não é preciso ser rico, mas aprender a abrir mão de coisas antes essenciais faz parte do processo. Com determinação, dá para dar 360 graus no globo com o valor de um carro popular. E tem mais: uma viagem dessas envolve desapego não só material, como emocional. Os encontros são constantes e as despedidas idem. É necessário estar preparado para dar adeus aos seus novos melhores amigos a todo instante – pessoas que você provavelmente nunca mais irá encontrar.
E pessoas que, depois de tudo que vivenciei, descobri terem mais coisas em comum entre si do que pensam. Apesar das diferenças culturais, ideológicas e religiosas, no fundo, buscam somente a felicidade, seja em um prédio luxuoso de Nova York ou em uma vila remota do Laos.
*(Texto que escrevi para uma revista, mas como não chegou a ser publicado lá, publiquei aqui)
Veja mais histórias da minha volta ao mundo.
22 comentários
Gosto muito do seu blog pq é um daqueles que me fez ter coragem de começar a planejar uma Volta ao Mundo. Assim como vc, priorizarei Ásia e Oceania. Eu já tinha a ideia de custos em torno desse valor e vc me confirmou que é possível, desde que se tenha bastante planejamento e persistência.
Venho acompanhando suas dúvidas em relação as suas escolhas de vida, ao preferir a estabilidade de um concurso público. Tb tenho essas preocupações, mas hoje eu acho que tudo tem seu tempo. Quem não nasceu rico ou mesmo com alguma fonte de renda extra (como imóveis, pensão, etc) infelizmente tem que pensar em se manter, e até mesmo ganhar dinheiro para pagar as escapadas pelo mundo. É triste, mas é um fato. Acredito que vc tem uma vantagem enorme pois, como funcionária pública, deve poder tirar algumas licenças sem vencimento para poder criar asas por esse mundo. Se apegue às coisas boas da sua estabilidade. Há tempo de trabalhar e tempo de viajar. Muitas outras voltas ao mundo lhe aguardam, tenha certeza. E eu, enquanto aguardo o tempo em que poderei fazer a minha volta ao mundo, aguardo o tempo das minhas singelas férias… rsrsrs
Pior que não, porque meu concurso é CLT, então não tem nada disso. Eu teria que ir para um concurso estatutário mesmo. Ainda não sei se esse será o caminho ou se voltarei a morar fora. Mas essa é uma decisão para esse ano.
Ah Fernanda sei na teoria um pouco do que escreveu, na prática são apenas planos que muitas vezes se sentem impedidos pelo substantivo abstrato “futuro”. Se paro para pensar o que da fato agora tenho é só o presente, porque meu futuro tem sido uma possibilidade e quem sabe oportunidade.
Ano passado, através do couchsurfing conheci um mexicano que mora no canadá há anos, com uma vida luxuosa e estabilizada que desapegou de tudo para viver a viagem de conhecer todos os países das américas central e do sul. O mais incrível, além de tudo isso, foi o fato dele ter vendido boa parte das roupas dele para viajar. Ou seja, ela tinha somente uma calça, duas bermudas, cinco camisas, um tênis e uma sandália. Não agregava nada em sua bagagem além do conhecimento. Um homem simples que me ensinou que a vida pode ser aquela que a gente quiser.
A minha penso estar no caminho. E o desapego não deve ser feito tão somente para uma viagem, para a a própria vida. Para vivermos mais leves sem o fardo dos tão peso pesados dos apegos.
Exato. O desapego material acaba sendo o mais fácil de todos.
Olá Fernanda!!
Primeiramente parabenizo pelas belas descriçoes e textos de seu blog.
Sendo referentes a dicas de Curitiba ou entao a viajens que realizou.
Tenho uma curiosidade:
Em um post de dicas disse que trabalhou com marketing que propiciou conhecer baladas.
Suas viajens foram devido a trabalho? Foram geralmente de quantos dias? É da area do turismo, concursada?
Pergunto pois muitas vezes é dificil se agendar.
Parabens,
Ricardo
Antes eu trabalhava com marketing sim. Viajava a trabalho semanalmente. 1 ou 2 dias por semana. Não trabalho com turismo hoje não.
Ah Fernanda, meu sonho tb!
Quando viajamos os dias são sempre sábado.
Aham! Eu escrevi um post sobre isso da volta ao mundo – todos os dias eram sábados.
Muito bom o texto…dá vontade de largar tudo agora e viajar tbm.
🙂
Olá,
Acompanho o blog e adoro ler os textos, principalmente os motivacionais, em relação a zona de conforto.
Eu estou planejando para ir estudar na Espanha, ficarei no minimo 4 anos que é o tempo da graduação, provavelmente vou agora em agosto ou inicio de setembro. Faço 18 anos em junho e irei sozinha, tenho família lá nessa cidade que irei morar. Meu maior problema é que tenho dois cães que são meus maiores apegos e o que mais me preocupa, já pensei em desistir por causa deles, na verdade isso é o que mais me aflige. Minha família vai continuar aqui e vão cuidar deles, mas sei que eles vão sentir muita falta. O que me aconselha? Não sei o que fazer, to pensando em desistir, embora eu queira e precise ir. Necessito sair da zona de conforto, sinto que preciso dessa viagem na minha vida.
Penso que se conseguir um trabalho e depois for morar sozinha posso leva-los, em um prazo de até 1,5 ano. Enfim, realmente estou aflita com isso, e como leitora do seu blog e admiradora da sua historia peço que me diga algo.
Obrigada.
Oi!
Eu deixei o meu cachorro com minha mãe durante os anos que morei fora. Foi difícil, mas procurei pensar que foi o melhor para ele. Sem contar que nunca tive coragem de “despachá-lo” no avião.
Texto ótimo! mostra como viajar ao redor do mundo é algo realista, basta querer e fazer. No Brasil, mesmo com o real bem desvalorizado viajar ao redor do mundo ainda é um sonho bem palpável bastando só priorizar as formas de gastos e ter muita disciplina mesmo. Outra coisa, acho que a grande maioria dos brasileiros pensam em viajar como algo realmente caro e que comprar todas as tranqueiras são coisas obrigatórias.
Maravilha seu blog, parabéns!!
Muito informativo e inspirador. Obrigada por compartilhar conosco suas experiências!
Achei seu texto Lindo demais!
Obrigada!
Fernanda, descobri hoje seu blog, adorei as dicas sobre seguros e estou adorando os demais textos!
Deixei meu emprego, vendi meu apto e carro para fazer uma viagem de 1 ano pelo mundo, com uma parada na Austrália para estudar inglês ao final. Concordo plenamente com você, a conta bancária pode não estar mais como antes, mas a vivência que se tem numa viagem destas vale muito mais.
Sempre tive este desejo e estou muito perto de realizá-lo, daqui 40 dias começarei a jornada.
A vida é curta! Como na frase de Amyr Klink: “Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir.” Então, vamos partir rumo à felicidade e nos presentear com a beleza deste mundo.
Bjos : )
Ah! Também parei na Austrália por uns meses, mas para trabalhar. Boa viagem!!!
Oi Fernanda!!
Como conseguiu trabalho na Austrália? Deu pra ajudar nos custos da viagem?
Comparando Ásia e Oceania, Oceania é muito mais caro!!!
Aliás, dá pra trabalhar em outros lugares facilmente?
Bju,
Luciana
Tirei o Working Holiday Visa com o passaporte italiano. E a Austrália comparada com o sudeste asiático é muito mais cara sim.
Oi Fernanda,
Acabei de conhecer o seu blog, encontrei numa pesquisa sobre Garopaba.
E estou gostando muito de ler as suas experiências.
Eu sou de uma cidade bem pequena do Paraná, mas desde criança sempre adorei mapas, viagens, fotos e tudo mais.
Eu consegui realizar dois sonhos, fazer intercambio (México) e estudar no Canadá. Sou apaixonada pelo Canadá, e o meu maior sonho é viajar o mundo todo e morar na praia (possivelmente Garopaba). Fico muito agoniada de ficar trabalhando todo dia fechada no mesmo lugar. Parece que estou perdendo o meu tempo sem objetivo nenhum.
Mas adoro pessoas que falam sobre viagens, pois elas realmente são mais ricas, ricas de experiências de acontecimentos, têm brilho no olhar. Parabéns pelo seu blog! 😉
Eu também gostaria de morar na praia. Já tive essa oportunidade (Sydney) e foi demais.